Dentro de uma certa ambiguidade, mesmo com todo o amor que houvesse, o natal é sempre parcial.
Não deixa de ser um alimento mental-somático, em que as pessoas tentam mostrar que são pessoas, que são capazes, projectando uma falsa imagem para o exterior, quando na verdade, estão inseguras de si mesmas, carentes de aprovação social e no extremo a sangrar por dentro.
Esta ideia, imbuída de um certo espírito de natal e de amor, é a muleta perfeita para nos "ainda" ir lembrando de que somos todos um. Apesar de a data, significar apenas, mais um dia de calendário, principalmente, a sociedade ocidental, chamemos-lhe assim, marcadamente entronizada com as tradições católicas, que enche o peito nesta altura do ano, fica levante e exteriorizando - Ai o natal! O natal ...! A que se segue imediatamente o velho chavão, de que o natal deveria ser todos os dias do ano.
Além, que a quadra é acompanhada com todo um quadro imaginário de neve, luzes, pai natal, muitos fritos e gastronomia conforme a zona geográfica onde se celebra. Na parte gastronómica, a abundância, também acompanha a afirmação económica e social alcançada, bem como, o respeito da tradicionalidade de uma celebração cristã, independentemente de serem crentes ou não crentes, o que importa, é que é muito bonito, e as pessoas demitem-se de questionar o porquê e ficam-se pelo porque, porque é muito bonito e pronto. Reflexo da grilheta mais profunda do ser social, o medo de ser diferente.
Por outro lado, os excluídos das grandes festas familiares, da abundância, das luzes da árvore de natal, por rasteiras que a vida passa, desejam no seu mais profundo âmago que este tempo passe depressa, porque, enquanto dura, as destrói por dentro. É uma altura do ano, pródiga em suicídios; tentando, como chamada de atenção ou o concretizado com sucesso, mais aqueles com a vontade, mas sem força para comete-lo. O ego consome a alma, e por ele são destruídos, quando afinal, é apenas mais uma data de calendário, nada mais. É um dia como todos os outros e todos os dias são importantes.
Como em todo o mundo ainda pontificam diversas religiões, todas têm as suas datas sacras, esta é uma, com as suas crenças e tradições.
O patamar evolutivo, nem é mais, nem menos, é o que é, construído por todos nós e hoje ( princípios do séc. XXI ) para lembrarmos, que temos de respeitar o outro, que o amor é grande força do universo e por aí adiante, precisamos, como colectivo, de eventos desta natureza, então que se celebre.
Agora, fica a questão. Após tantos anos, como espécie dominante e constatando o que já conquistamos, olhando para o mundo em geral...
Celebramos o quê? Um degrau na escada, talvez?
Não deixa de ser um alimento mental-somático, em que as pessoas tentam mostrar que são pessoas, que são capazes, projectando uma falsa imagem para o exterior, quando na verdade, estão inseguras de si mesmas, carentes de aprovação social e no extremo a sangrar por dentro.
Esta ideia, imbuída de um certo espírito de natal e de amor, é a muleta perfeita para nos "ainda" ir lembrando de que somos todos um. Apesar de a data, significar apenas, mais um dia de calendário, principalmente, a sociedade ocidental, chamemos-lhe assim, marcadamente entronizada com as tradições católicas, que enche o peito nesta altura do ano, fica levante e exteriorizando - Ai o natal! O natal ...! A que se segue imediatamente o velho chavão, de que o natal deveria ser todos os dias do ano.
Além, que a quadra é acompanhada com todo um quadro imaginário de neve, luzes, pai natal, muitos fritos e gastronomia conforme a zona geográfica onde se celebra. Na parte gastronómica, a abundância, também acompanha a afirmação económica e social alcançada, bem como, o respeito da tradicionalidade de uma celebração cristã, independentemente de serem crentes ou não crentes, o que importa, é que é muito bonito, e as pessoas demitem-se de questionar o porquê e ficam-se pelo porque, porque é muito bonito e pronto. Reflexo da grilheta mais profunda do ser social, o medo de ser diferente.
Por outro lado, os excluídos das grandes festas familiares, da abundância, das luzes da árvore de natal, por rasteiras que a vida passa, desejam no seu mais profundo âmago que este tempo passe depressa, porque, enquanto dura, as destrói por dentro. É uma altura do ano, pródiga em suicídios; tentando, como chamada de atenção ou o concretizado com sucesso, mais aqueles com a vontade, mas sem força para comete-lo. O ego consome a alma, e por ele são destruídos, quando afinal, é apenas mais uma data de calendário, nada mais. É um dia como todos os outros e todos os dias são importantes.
Como em todo o mundo ainda pontificam diversas religiões, todas têm as suas datas sacras, esta é uma, com as suas crenças e tradições.
O patamar evolutivo, nem é mais, nem menos, é o que é, construído por todos nós e hoje ( princípios do séc. XXI ) para lembrarmos, que temos de respeitar o outro, que o amor é grande força do universo e por aí adiante, precisamos, como colectivo, de eventos desta natureza, então que se celebre.
Agora, fica a questão. Após tantos anos, como espécie dominante e constatando o que já conquistamos, olhando para o mundo em geral...
Celebramos o quê? Um degrau na escada, talvez?
" De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre a começar,
A certeza de que é preciso continuar,
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto, devemos; fazer da interrupção um caminho novo, da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro... "
Fernando Pessoa
A certeza de que estamos sempre a começar,
A certeza de que é preciso continuar,
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto, devemos; fazer da interrupção um caminho novo, da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro... "
Fernando Pessoa
Cazuza - Todo o Amor que Houvesse Nessa Vida