domingo, 22 de julho de 2012

Os arautos da transparência


Num texto de Domingos Ferreira, professor e investigador na Universidade do Texas - EUA, onde começa por sinalizar os homens Goldman Sachs em Portugal, nomeadamente, Carlos Moedas, adjunto directo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e do "Ministro das Privatizações", António Borges. De notar que os "Goldman Sachs" estão infiltrados nos governos europeus, bem como, nas suas instituições fulcrais de decisão, como por exemplo, o BCE. Sem dúvida que estamos entregues à bicharada!

Refere Domingos Ferreira no seu texto que " vale a pena lembrar uma vez mais que o Goldman & Sachs, o  Citygroup, o Wells Fargo, etc., apostaram biliões de dólares na implosão da moeda única. Na sequência dos avultadíssimos lucros obtidos durante a crise financeira de 2008 e das suspeitas de manipulação de mercado que recaíam sobre estas entidades, o Senado norte-americano abriu um inquérito que resultou na condenação dos seus gestores."

Afirma também que " ficou demonstrado que o Goldman & Sachs aconselhou os seus clientes a efectuarem investimentos no mercado de derivados num determinado sentido. Todavia, esta entidade realizou apostas em sentido contrário no mesmo mercado. Deste modo, obtiveram lucros de 17 biliões de dólares (com enorme prejuízo para os seus clientes) ".

Enquanto os intelectuais da esquerda europeia filosofam sobre as estrelas e o céu, continuando no texto de Domingos Ferreira - " Estes predadores criminosos, disfarçados de banqueiros e investidores respeitáveis, são jogadores de póquer que jogam com as cartas marcadas e, por esta via, auferem lucros avultadíssimos, tornando-se, assim, nos homens mais ricos e influentes do planeta. Entretanto, todos os dias, são lançadas milhões de pessoas no desemprego e na pobreza em todo o planeta em resultado desta actividade predatória. Tudo isto, revoltantemente, acontece com a cumplicidade de governantes e das entidades reguladoras ".

O crime global em que vivemos, é ainda mais atroz, na directa medida da anestesia global em que os povos sobrevivem  - " Desde a crise financeira de 1929 que o Goldman & Sachs tem estado ligado a todos os escândalos financeiros que envolvem a especulação e manipulação de mercado, com os quais tem sempre obtido lucros monstruosos. Acresce que este banco tem armazenado milhares de toneladas de zinco, alumínio, petróleo, cereais, etc., com o objectivo de provocar a subida dos preços e assim obter lucros astronómicos, Desta maneira, condiciona o crescimento da economia mundial, bem como, condena milhões de pessoas à fome. "
Sem que grande parte da população se aperceba desta monstruosidade e que a maior parte trabalhe contra si própria.
É esta a grande capacidade de toda esta super-estrutura no sequestro de vidas humanas, sem as próprias se aperceberem de esse facto..

No artigo de Domingos Ferreira e muito assertivamente, diz - " No que toca a canibalização económica de um país, a fórmula é simples, com a cumplicidade das agências de rating, declara que um governo está insolvente, como consequência as yields sobem e obrigam assim a pedir mais empréstimos com juros agiotas. Em simultâneo, impõem em nome do aumento da competitividade e da modernização, a abdicar dos seus sectores económicos  estratégicos, tais como; energia, águas, saúde, banca e seguros. "
Entregando de mão beijada às grandes corporações internacionais, o trabalho de todos nas mãos de poucos.

Enquanto, no caso português, as pessoas se queixam nas conversas de café, não entendem que o voto em branco ou abstenção só favorece os partidos da elite, quando o eleitor português vota em protesto contra os políticos do "arco governativo", seja em branco, seja na abstenção ou desenhando uma caralhada no boletim de voto, está a dar um tiro no seu próprio pé. No actual sistema eleitoral, este governo maioritário teve o voto de pouco mais um décimo do eleitorado português.
Na Grécia, o povo quase que acordou, mas foi quase...


Pulicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sexta-Feira 13


Segundo a tradição, é o dia do azar, a noite das bruxas e o dia e noite que tudo pode acontecer. Em tempos idos, alguém inventou um vírus informático denominado de sexta-feira 13, alguns por defesa adiantavam a data do computador para sábado 14, e logo, apareceu um novo vírus, o sábado 14
Na verdade, quando uma sexta-feira calha no dia 13, é um dia como outro qualquer, o mito, muito bem poderia ser; a quarta 12, a quinta 6 ou segunda 24. 

A ajudar à sina do número 13 vem o 12, segundo a numerologia é um número completo, os doze meses do ano, os doze apóstolos de Jesus e os doze signos do Zodíaco, o número 13 é considerado o número do azar. Aliás, existem actualmente, fobias associadas ao número 13, existem pessoas que padecem de triscaidecafobia, parascavedecatriafobia e frigatriscaidecafobia, ou seja, fobias associadas ao número 13. A superstição foi relatada em diversas culturas remontadas muito antes de Cristo. Existem histórias desde a mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses.

Há também quem acredite que convidar 13 pessoas para um jantar é uma desgraça, simplesmente porque os conjuntos de mesa são constituídos, regra geral, por 12 copos, 12 talheres e 12 pratos. Segundo outra versão, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demónio, os 13 ficavam a rogar pragas aos humanos. Da Escandinávia a superstição espalhou-se pela Europa.
Com relação à sexta-feira, diversas culturas a consideram como dia de mau agouro.
Alguns pesquisadores relatam que o grande dilúvio aconteceu na sexta-feira.
A morte de Cristo aconteceu numa sexta-feira conhecida como Sexta-Feira da Paixão.
Marinheiros ingleses não gostam de zarpar os seus navios à sexta-feira.
Outra possibilidade para esta crença está no facto de que Jesus Cristo provavelmente foi morto numa sexta-feira 13, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no calendário hebraico. Recorde-se ainda que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por crucificação e Judas provavelmente por suicídio. Note-se também que, no Tarot, a carta de número 13 representa a Morte.

Mas o que muito provavelmente ocorreu em tempos passados, para tornar a sexta-feira 13 num dia de culto, para muito boa gente inocente, foi um um dos episódios da idade das trevas da história, dominada sob uma ideia, a teologia cristã, que controlava com o medo da morte, a comédia e o sexo. Tão bem descrita na obra-prima de  Umberto Eco - "O Nome da Rosa".

Segundo o calendário que ainda perdura, no dia 13 de Outubro de 1307, o Papa Clemente enviou ordens secretas lacradas para serem abertas simultaneamente por seus soldados em toda a Europa na sexta-feira, 13 de Outubro de 1307. Ao nascer do sol do dia 13 os documentos foram abertos e revelou-se seu teor aterrorizante. A carta de Clemente afirmava que Deus viera a ele em uma visão e o alertara de que os Templários eram hereges culpados de adoração ao demónio, homossexualismo, desrespeito à cruz, sodomia e outros comportamentos blasfemos. O Papa Clemente recebera de Deus a ordem de purificar a terra reunindo todos os Cavaleiros e torturando-os até confessarem seus crimes contra Deus. A operação maquiavélica de Clemente funcionou com precisão infalível. Naquele dia, inúmeros Templários foram presos, torturados impiedosamente e queimados em fogueiras como hereges. A cultura moderna ainda conserva vestígios dessa tragédia.
Até hoje, sexta-feira 13 é considerado o dia do azar.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Um Povo imbecilizado e resignado...


Cronologia: finais do séc. XIX e início do séc. XXI. O fado lusitano que atravessou um século inteiro, com muitas pessoas que faleceram e outras tantas que (re)nasceram.

Hoje é hora, desta o status quo vai ser alterado, não há como...
Escrevia há 116 anos Guerra Junqueiro, a realidade de outrora e de agora. Em termos regimentais, até parece, que o tempo não passou.
Tal como a História nos conta, em pontos salteados no espaço e no tempo, num contexto de incoerência coerente, nos tempos actuais - Há gente que tem de morrer ...!

Um povo imbecilizado e resignado,
humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo,
burro de carga,
besta de nora,
aguentando pauladas,
sacos de vergonhas,
feixes de misérias,
sem uma rebelião,
um mostrar de dentes,
a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas
é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante,
não se lembrando nem donde vem,
nem onde está,
nem para onde vai;
um povo, enfim,
que eu adoro,
porque sofre e é bom,
e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso
da alma nacional,

reflexo de astro em silêncio escuro
de lagoa morta (...) Uma burguesia,
cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal,
sem palavras,
sem vergonha,
sem carácter,
havendo homens
que, honrados (?) na vida íntima,
descambam na vida pública
em pantomineiros e sevandijas,
capazes de toda a veniaga e toda a infâmia,
da mentira à falsificação,
da violência ao roubo,
donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,
escândalos monstruosos,
absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...) Um poder legislativo,
esfregão de cozinha do executivo;
este criado de quarto do moderador;
e este, finalmente, tornado absoluto
pela abdicação unânime do país,
e exercido ao acaso da herança,
pelo primeiro que sai dum ventre
- como da roda duma lotaria.
A justiça ao arbítrio da Política,
torcendo-lhe a vara
ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (...),
sem ideias,
sem planos,

sem convicções,
incapazes (...)
vivendo ambos do mesmo utilitarismo
céptico e pervertido, análogos nas palavras,
idênticos nos actos,
iguais um ao outro
como duas metades do mesmo zero,
e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento,
de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)

Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896

terça-feira, 3 de julho de 2012

Trabalhar para o boneco


Após um ano de governação, Portugal está mais miserável, menos soberano, mais endividado e com uma horda cada vez maior de pobres, são os factos reais duma caminhada pré-anunciada para o buraco.

Após o exemplo grego, o governo português seguiu o mesmo caminho, para erguer as finanças públicas, destruiu a economia, não faltaram os avisos...
Perante a constatação da realidade dos números, contorcem-se pelas formas de conhecimento que conhecem, a realidade mostra-se como sempre é, e que factos são factos.
Enquanto visitam centros tecnológicos onde são vaiados pelas populações, ao contrário de crescimento e emprego que tanto advogam na teoria e que na prática tudo fazem ao contrário, fazem olho pequeno para o contínuo aumento de pais com os seus filhos a cutucar os baldes de lixo.

Este governo que tanto procura a credibilidade dos mercados e investidores, que tempo procura a acautelar os seus?
Quanto tempo gasta no seu exercício governativo para os seus cidadãos, cada vez em maior número, que remexem as lixeiras não com fins ambientais, mas de sobrevivência?

Cortam direitos adquiridos a olho cego, confiantes ao mesmo tempo que estão a desenvolver o país, deixam os portugueses; sem motivação, baixa auto-estima, liquidam objectivos de carreira. A pergunta que todos fazem - Para que trabalhar mais? Ou mais horas?
A filosofia deste governo é suicida e bloqueadora. Com a redução/roubo de parte significativa do rendimento das famílias a juntar esta mentalidade depressiva, reduz na mesma linha todo o rendimento do Estado. Menos receita fiscal, principalmente nos impostos directos sobre o consumo. Mais encargos sociais, nomeadamente para quem vive a violência social do desemprego, num país que tem cada vez menos para oferecer e sem perspectivas no médio/longo prazo, ao contrário das normais fantasias  próprias de quem governa.

A clara incapacidade de visão de conjunto deste governo chega ao ponto de encerrar o maior centro de maternidade do país - a Maternidade Alfredo da Costa - ao mesmo tempo que sobe a décalage de falecimentos relativamente a nados-vivos, tão propícia ao colapso da Segurança Social.
Como explicar aos filhos, um governo composto por um Relvas, um ministro da Saúde dos Seguros Médis e uma ministra da justiça psico-neurótica entre tantos outros.

Quem trabalha, sente que trabalha para o boneco, apenas para pagar as dívidas. Quem não trabalha e que queria trabalhar, desespera com a visão que não existe uma a luz ao fundo do túnel e depois os outros, frutos de um país feito em cacos, com tendência a agravar-se.

O actual governo português, tem muito que se congratular... Com a mediocridade.

O verdadeiro rating do actual governo português é merda, pois, é um governo de merda!

Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!