quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sobre a questão francesa acerca da burka

Recentemente reacendeu-se a polémica acerca da proibição do uso da burka na França. Mais concretamente - quando a lei proibitória já plasmada - ocorre a primeira multa pelo o uso da burka e daí também derivou para a questão da poligamia "forçada", subentenda-se.
Sendo uma imposição sobre outra imposição, o debate logo se centrou em quem defendia a medida ou não, dessa forma politizando a questão num confronto entre esquerda e a direita política francesas, lateralizando assim a questão essencial da imposição forçada do esconder a feminilidade da mulher.
Este tipo de "esconder" a mulher, vinda da religião islâmica, tem várias gradiências na forma como é efectuada; o xador, o niqab, o hijab e o mais violento, a burka.

De notar também que no Vaticano, capital da religião católica, os crentes e turistas que a visitam, na catedral de São Pedro - seu expoente imobiliário principal - as mulheres para lá entrarem, têm de cobrir os ombros e as pernas só do joelho para baixo é que podem ser visíveis.

A grande questão, é que o enfoque deste tipo de supressão de liberdade, não é debatido, muito menos condenado por uma comunidade internacional mais preocupada com os interesses económicos.
Em pleno séc. XXI, milhões de mulheres, nem personalidade jurídica têm. E este tabu é mantido sob um grande chapéu hipócrita "é uma tradição cultural deles e tem de se respeitar a cultura deles".
No Paquistão, se uma mulher for violada, para apresentar queixa tem de apresentar quatro testemunhas homens, só para dar um exemplo da ficção do respeito das outras culturas.
Os Maias A.C. degolavam as cabeças dos membros de tribos inimigas e com elas jogavam uma espécie de futebol, claro que é, uma tradição que se devia respeitar.

As tradições culturais são um saco muito grande, onde se pode enfiar tudo. Agora a questão essencial, é o respeito pelo ser humano em seus direitos cívicos e humanos.
É esta questão que passa ao lado da verdadeira discussão.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sentimentos Profundos


Decorreu no sábado passado ao final da tarde, a apresentação por parte da editora edita-Me do livro "Sentimentos Profundos" da poetisa Susana Custódio.
Realizado no Palácio das Galveias em Lisboa, junto ao Campo Pequeno, antigo Palácio dos Távoras, que foi adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa em 1929. Para instalar o Arquivo Histórico-Cultural, desde 1931 é Biblioteca e Museu.

Susana Custódio amiga de um amigo - que já não está entre nós - lembra o velho e muito assertivo provérbio popular - Amigo do meu amigo é meu amigo. Nem mais, digo eu!
Poesia forte, intensa, emotiva e muito profunda, são as características plasmadas nos seus "rabiscos" (tal como a própria lhes chama). Da edita-Me fica a nota pela excelente organização, desde ao pianista Pedro Lopes, às declamações poéticas muito conseguidas até à parte final com um belíssimo Vinho do Porto e bolinhos a condizer.
É um livro que recomendo vivamente.
Alguns excertos da obra (apenas os mais curtos):

É esta a minha vida fingida
É fingindo que amo
É assim que amo
É assim que vivo
É assim que ando

Pensei em pintar o vento
Fui ao campo para o agarrar
Chegou em mim poisou
Sublimei-o, voou... a cor nem a vi

Encontro
Aportaste na minha vida qual furacão
Depois, devagar vieste até mim
Atrevido, de olhar intenso...

Eu disse o teu nome e sorriste
Deste-me a mão, partimos os dois
E perdidos andámos naquele jardim

Carregando rubras emoções

Quantas vezes trilhámos aquele chão...

A Vida
Acordo de repente para a vida
E nesse extraordinário instante
Eu desejava-a já inteiramente sentida

Plena de amor! Dum amor divino
Mas como saberia eu quão distante
Me encontrava desta vida sem destino
A vida naquele instante pareceu-me extraordinária!

Agora já sentida, sei que fui uma visionária!...

Recados ao vento
Carinhoso vento... sopras mansinho
Trazendo a brisa, me acalma
No cabelo, fazes um redemoinho
E vais dando alento à minh'alma

Vento sopras, forte p'lo caminho
Sobre céus, oceanos, sem veres vivalma
Chegas e poisas na face um beijinho
Que o meu amor enviou na tua palma
Vento! És tu o meu grande castigo
Por que teimas em brincar comigo?
Não vês como me sinto perdida?

Vento, por que voltas e me beijas o rosto?
Não consegues sentir o meu desgosto?
Ala em mim e leva-me desta vida...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

ChatRoulette

É o novo fenómeno da Internet, pode-se até dizer que é a Internet no seu estado mais livre e puro, porém é de avisar ao internauta mais sensível que pode ter surpresas desagradáveis. É que neste sítio tudo é possível, ou seja, o(a) voyeur sob a capa do anonimato total faz coisas que até ao seu parceiro(a) não faria. Ali faz as maluquices mais escondidas nos recônditos espaços guardados nos seus cérebros. O site é Chatroulette.com (clica aqui para ir lá).
O sítio virtual foi criado por Andrey Ternovskiy, jovem moscovita russo de 17 anos, farto do Facebook e de comunicar com os seus amigos no Skype. Inicialmente teve a ajuda financeira dos pais para a criação do site, numa fase posterior com o patrocínio de um site do tipo find daters. O espaço neste momento vale milhões, aliás pela projecção mediática induzida pelos grandes media internacionais.
O site não tem nenhum objectivo, o internauta chega lá e não tem de fazer nenhum registo, não tem de se identificar, nada. Entra, permite a visualização da webcam e do audio, espera um pouco que a aplicação corra e já está lançado.
Depois, é a aleatoriedade total. Uma imagem vídeo em directo sua com outra qualquer em qualquer parte do mundo, com a particularidade da tecla F9, que passa para outro(a) qualquer.
Em quinze minutos, vê-se dezenas de pessoas, nalguns casos são autênticos freak-shows, por isso é necessário um bom jogo de cintura a nível mental.
Ainda hoje e quando falava com os meus colegas acerca das experiências que tive e as ordinarices que vi, eles ficaram malucos, por isso hoje nem lá vou, não vá me cruzar no chat com alguns deles em cenas menos próprias. Eu quando lá vou não me paro de rir, para quem tenha um bom balanceamento mental, aquilo para rir é do melhor.

domingo, 11 de abril de 2010

Noites Espirituosas

Há umas semanas atrás a câmara do meu telemóvel captou um espírito num desses espaços denominados de diversão nocturna.
São atraídos pela música, principalmente, a ritmada e repetitiva, o som do batuque. É a música o maior chama aliada a muita exteriorização de energia pelos seres intrafísicos, ou seja nós, e sem esquecer que essas exteriorizações energéticas vão com pensamentos e emoções.
Sendo assim temos reunidas as condições para um potentíssimo chama espiritual atraindo uma verdadeira multidão de seres de outras dimensões.
Principalmente para vampirizar energéticamente e também sentir os prazeres da fisicalidade como; beber, fumar e sexo. Muitas vezes através de cunhas mentais influenciam e favorecem para que tais situações ocorram. Como as pessoas já vão com alguma predisposição, juntam-se assim a fome com a vontade de comer.
Estando dessa forma as consciências em estados mais alterados e com os cofres mais abertos, os espíritos têm as portas escancaradas para circularem à vontade.

Já os índios e algumas tribos africanas já faziam e fazem esses chamas, mas esses com intenção e normalmente para comunicarem com os seus antepassados. Os processos na sua base são os mesmos, música repetitiva, som de batuque e danças repetitivas. Nalguns casos chegam a níveis de possessão mediúnica incríveis.
Resumindo os rituais ocorrem por todo o mundo, sendo as intenções e os propósitos diferentes.

No vídeo em baixo na mesma noite da foto em cima, vê-se esse ritual nos moldes das sociedades ocidentais e como as pessoas não os vêem, tomam individualmente todos os pensamentos e atitudes como seus, desconhecendo que os espíritos ouvem, influenciam e favorecem determinadas situações e/ou relações conforme os seus interesses.

Por isso muitas vezes, na manhã seguinte o indivíduo se questione ao acordar, quem é a matrafona que ronca ao seu lado na cama - quando à noite por via da ingestão de hidromel - parecia uma verdadeira princesa. Aliás o hidromel, verdadeira poção mágica, capaz de transformar qualquer Maria Regateira numa Meg Ryan, Angelina Jolie ou Gisele Bundchen. O fenómeno também é verdadeiro para as mulheres que também passam a ver Tom Cruise's e Brad Pitt's por todo o lado quando certas e determinadas quantidades de hidromel lhes corre nas veias. Não é por acaso que se denominam como bebidas espirituosas.
Outros acabam a noite enrolados à sanita expurgando o seu interior até à bílis.
Outros ainda, nem se conseguem levantar, tal a cardina da noite anterior, precisando no dia seguinte de tomarem bebidas refrescantes e tonificantes, para recuperar a ionização do corpo, bem como, o reequilíbrio chákrico.

Mas, meu caro leitor, não se apoquente, nem tudo é mau. Uma boa noitada também tem as suas vantagens, desrreprime o cérebro e sempre se limpa o carvão.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Supositorium

Sempre vivemos na era das suposições, tudo é passível de suposição. É a era intemporal que no tempo se nos atravessou.
Supõe-se que a maior parte das suposições são influenciadas por grupos, pois o ser humano não vive sem relacionamento social/grupal e tem tendência inconsciente de se relacionar/agrupar, senão, vira uma baratinha tonta, sem rumo a seguir. Fica perdida e sem uma "fé" de ser seguida.

Bem se veja, no dia-a-dia, desde as impostas e familiares às escolhidas, por mais influência ou por menos.
Todas elas têm uma razão de existir. Que fosse o gesto indicador a apontar um caminho, um dedo que aponta e três outros que apontam para si próprio.

Às suposições que indicam que conhecemos apenas 5% da matéria que hoje conhecemos. O que haverá nos outros 95%?
E como se calcula o todo desconhecido e se afiança uma porção?
Se se não se conhece o todo, como calcular uma quota parte?
Seja na inteligência, seja na razão...

Facto é que os grupos, por aí pululam!
Deles se entende, um conceito, o pensamento dominante. Conceito que poderá ter variadíssimos conceitos. É tudo uma questão de argumentário que se defende na defesa do grupo, mais longe, na defesa do fruto.

São escuteiros, associações políticas, grupos religiosos, colectividades desportivas e tudo o que o pensamento humano abarca.
Desde a máfias internacionais a governos locais, contando com os sub-grupos que passam o pensamento dominante.

Num mundo mais pequeno do que se julga. É conhecida a estatística de que os orientais morrem menos de doenças coronárias do que as sociedades ocidentais por beberem chá. Mas têm uma alta taxa de incidência de cancro do esófago por beberem o chá muito quente.
Como no universo indiano, Índia, Bangladesh e Sri Lanka por terem o caril na sua dieta alimentar têm das mais baixas taxas de Alzheimer nas suas populações.
Como corolário, não se morre de uma maneira, morre se de outra.
Apesar das milhentas de suposições, sem esquecer as de que muitas assembleias e senados espalhados por todo o mundo esbracejarem por aí, uma espécie de razão.

Até a do grande agricultor que destrói suposta comida, apenas para nivelar o preço de venda. Num mundo em que se morre de fome.

Aonde está o espelho?

A revolução começa dentro de si...



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Kiva

Kiva.org é um sítio na Internet que intermedia pequenos empréstimos entre internautas de todo o mundo a pessoas que não têm acesso a empréstimos bancários.
Os clientes destes empréstimos são pessoas que vivem no denominado Terceiro Mundo e que com 700, 800 us. dollars podem investir em pequenos negócios.
Desde financiar a compra de um táxi a um queniano ou a compra de uma banca para vender comida a uma vietnamita.

"Kiva (da palavra swahili "acordo" ou "unidade") é uma organização que permite o empréstimo de pequenas quantidades, o micro crédito (geralmente múltiplos de 25 dólares americanos) através da Internet para pequenos negócios ou iniciativas no chamado Terceiro mundo. É uma instituição não-lucrativa com sede em São Francisco, que vive de doações e parcerias com grandes empresas (Youtube, Google, etc.) e outras instituições, sendo intermediária na concessão do micro crédito."
fonte: wikipédia

Sendo a AMI, UNICEF a UNESCO entre muitas outras organizações com contabilidades "complexas", não se sabe bem que viagens têm os donativos e em que bolsos às vezes ficam retidos.
No Kiva não se doa, não se dá esmola, mas sim, aquele pequeno empurrão necessário para alavancar pequenos negócios que não sendo dessa forma nunca se iriam concretizar.
Não são os governos nem a banca mundial que irão dar uma mão a quem não tem quase nada. Eles tem outros interesses e outros fins.
Neste site o financiador tem uma página em que vai acompanhando o seu portfolio (clica aqui para ver a do Zorze).
O curioso é que o micro crédito no Terceiro Mundo tem uma taxa de cumprimento altíssima, o do Kiva é actualmente de 98,47%. Incrível não é?