segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sentimentos Profundos


Decorreu no sábado passado ao final da tarde, a apresentação por parte da editora edita-Me do livro "Sentimentos Profundos" da poetisa Susana Custódio.
Realizado no Palácio das Galveias em Lisboa, junto ao Campo Pequeno, antigo Palácio dos Távoras, que foi adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa em 1929. Para instalar o Arquivo Histórico-Cultural, desde 1931 é Biblioteca e Museu.

Susana Custódio amiga de um amigo - que já não está entre nós - lembra o velho e muito assertivo provérbio popular - Amigo do meu amigo é meu amigo. Nem mais, digo eu!
Poesia forte, intensa, emotiva e muito profunda, são as características plasmadas nos seus "rabiscos" (tal como a própria lhes chama). Da edita-Me fica a nota pela excelente organização, desde ao pianista Pedro Lopes, às declamações poéticas muito conseguidas até à parte final com um belíssimo Vinho do Porto e bolinhos a condizer.
É um livro que recomendo vivamente.
Alguns excertos da obra (apenas os mais curtos):

É esta a minha vida fingida
É fingindo que amo
É assim que amo
É assim que vivo
É assim que ando

Pensei em pintar o vento
Fui ao campo para o agarrar
Chegou em mim poisou
Sublimei-o, voou... a cor nem a vi

Encontro
Aportaste na minha vida qual furacão
Depois, devagar vieste até mim
Atrevido, de olhar intenso...

Eu disse o teu nome e sorriste
Deste-me a mão, partimos os dois
E perdidos andámos naquele jardim

Carregando rubras emoções

Quantas vezes trilhámos aquele chão...

A Vida
Acordo de repente para a vida
E nesse extraordinário instante
Eu desejava-a já inteiramente sentida

Plena de amor! Dum amor divino
Mas como saberia eu quão distante
Me encontrava desta vida sem destino
A vida naquele instante pareceu-me extraordinária!

Agora já sentida, sei que fui uma visionária!...

Recados ao vento
Carinhoso vento... sopras mansinho
Trazendo a brisa, me acalma
No cabelo, fazes um redemoinho
E vais dando alento à minh'alma

Vento sopras, forte p'lo caminho
Sobre céus, oceanos, sem veres vivalma
Chegas e poisas na face um beijinho
Que o meu amor enviou na tua palma
Vento! És tu o meu grande castigo
Por que teimas em brincar comigo?
Não vês como me sinto perdida?

Vento, por que voltas e me beijas o rosto?
Não consegues sentir o meu desgosto?
Ala em mim e leva-me desta vida...

3 comentários:

Jorge disse...

Olha Zorze, gostei,...não sei explicar muito bem porquê mas gostei, acho que é intuitivo. Pareceu-me tudo muito bem,...bem organizado, como tu mesmo também referiste,.. a obra pelos pequenos excertos também me pareceu boa e a autora tem um ar tão doce.......!!

Abraço.

Diogo disse...

Apanhei um ódio de morte à poesia no liceu. Estou ainda em fase de recuperação.

Abraço

Anónimo disse...

O amor não é de ferro mas tem força para mover montanhas
É triste perder o nosso amor
Mas um dia Deus nos dirá porque o nosso amor morreu
Apenas o suspiro da morte nos pode levar desde mundo de pedra e aço
Que Deus vos abençõe