De tempos em tempos ocorre uma crise, em consequência dos ciclos da oferta e da procura. Na realidade, os vectores da oferta e da procura, são apenas, uma pequena parte do "jogo" em que vivemos. Na verdade, existem uma série de variáveis não contabilizáveis que alteram por completo as regras dos variados "modus vivendis" das populações.
Essas variáveis, vêm de uma suposta natureza humana, se assim possa ser chamada, tal como a ganância, a obsessão, o egoísmo, o ressabiamento, o recalcamento, entre algumas outras, que se configuram no campo das emoções, dessa suposta ideia, da natureza humana. Emoções negativas e do foro patológico.
O capitalismo selvagem que tem imperado nas nossas sociedades, mostra-nos isso mesmo. Como forma de organização das nossas sociedades, aumenta a desigualdade brutal da distribuição da riqueza produzida, no aumento do desemprego e esta com sub-divisões; ao nível da precariedade no trabalho, na diminuição do poder reivindicativo, na aceitação sem condições de condições por troca de um mísero salário.
Quando em tempos idos as empresas se designavam por Companhias, tinham ao mesmo tempo, enormes massas de trabalhadores, que se organizavam e faziam jornadas de luta temíveis, pelo seu direito à dignidadade enquanto pessoas humanas.
Desses tempos aos de hoje, uma espécie de patronato, aprenderam com o tempo e com as experiências. Hoje as Companhias estão disseminadas e diluídas em Grupos Económicos, divididas em várias empresas, muitas até, em vários pontos do mundo, conforme a legislação fiscal e laboral, mais favorável ou não. Departanlizando e dividindo as forças de trabalho em empresas de out-sourcing, em empresas irmãs e primas, diminui-se o poder reivindicativo, aumentando em proporção o trabalho precário, no contexto do terror da renovação do contrato, paulatinamente, vamos regressando ao trabalho à jorna, sem direitos e calados e conformados.
No caso específico português, enquanto se grita com o ministro A ou B, não é indivíduo em si que encarna a personagem, mas sim, as políticas que preconiza que têm especial relevância.
No Portugal de hoje, vendem-se ao desbarato empresas nacionais de sectores estratégicos à soberania, que por essa via, os lucros ficarão na mão de accionistas estrangeiros, que nada têm a ver com o bem estar e a qualidade de vida da população, mas sim e unicamente, com a remuneração dos investidores, maior parte deles, a residir noutros pontos do globo.
Enquanto o governo actual, estimagtiza de forma sem precedentes, o funcionário público, aquele que paga os todos os impostos que são devidos ao contribuinte.
Se temos ou não, muitos funcionários públicos, tal facto deve-se às tremendas e ruinosas gestões públicas dos partidos políticos PS e PSD que têm alternado entre si a governância deste país. E quem sem decoro e falta de vergonha na cara, são de forma directa pelos seus dirigentes e de forma indirecta pelos seus comentadores que pululam nos media, que dizem com uma enormíssima lata, que o país vive acima das suas possibilidades.
Quem lhes metesse um balde de merda pelo focinho abaixo, era pouco!
Na questão dos resgates financeiros soberanos, o escândalo é de bradar aos céus...
Aquando da criação da moeda única em 2002, ao mesmo tempo que os estados aderentes, reduziram parte da sua soberania, transferindo para o recém-nascido BCE as suas políticas monetárias.
A coisa é surreal, enquanto a Grécia aprova um segundo pacote de intervenção, enquanto Portugal e Irlanda se torcem para cumprir os empréstimos que obtiveram em condições mais do que draconianas, o BCE em duas tranches concede empréstimos no valor 1 mil milhões de euros aos bancos europeus, sem condições, a 1% e com algumas garantias.
Isto é um escândalo de proporções infinitas, contida pelos media na mão de meia-dúzia de grupos económicos (ex-Companhias).
Para quem "ainda" não quer perceber, fica o vídeo em desenhos animados...