sábado, 16 de junho de 2012

Não bate a bota com a perdigota


Perdigota é uma perdiz nova que se utiliza na expressão - não bate a bota com a perdigota - apoiando-se na rima ( em ota ). Significa que qualquer coisa não bate com outra.

Vem isto a propósito, relativamente às figuras governativas que se sentam nas cadeiras do semi-poder, dos seus semi-estados um pouco por toda a europa, os seus discursos são completamente contrários às suas práticas. Sempre foi assim pode-se dizer, mas na actualidade estão a atingir-se patamares próximos da loucura.

Parecem robôs com um cardápio de frases feitas a serem utilizadas conforme os ventos sopram. Por vezes mentem, noutras são meras inocuidades e às vezes meras profissões de fé. Tudo isto repetido vezes sem conta nas tiras de jornais e nos títulos dos noticiários televisivos, adormecendo os povos que os elegem.
O que dizem num dia, pode significar exactamente o contrário alguns dias depois.
Há poucas semanas atrás o primeiro-ministro espanhol afirmava categoricamente que o país não precisava de mais dinheiro, uma semana depois estava a acordar um empréstimo de 100 mil milhões exclusivos para a banca e ao que parece não chega, além das dúvidas da capacidade de reembolsar o referido empréstimo.
O primeiro-ministro português executou na prática exactamente o inverso do que discursou antes de o ser.
São pequenos exemplos da realidade actual.

Governam para os credores e para os compradores dos seus sectores estratégicos numa espécie de metamorfose de governantes para liquidatários nacionais. Vendem na pressa e na pressão, abaixo do valor de mercado, empresas; do sector energético, dos transportes, gestão de aeroportos, dos seguros, da banca, das comunicações, companhias aéreas, das águas, da saúde e da educação. Se não se vende, dificulta-se ou fecham-se certas áreas públicas para dar espaço ao privado.
Enquanto as economias nacionais definham sem se vislumbrar luz ao fundo do túnel, vão ao mesmo tempo, atirando os termos-bordão: crescimento económico, tomar medidas, fazer as coisas certas, sustentabilidade, credibilidade, tranquilidade, crescimento sustentável... O cardápio de inocuidades é enorme.

A realidade, infelizmente, é que o discurso não bate com a prática.

Até quando você aguenta ser saco de pancada ?


Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

5 comentários:

Diogo disse...

Toda esta malta é funcionária da Banca (que está em meia-dúzia de mãos, ou menos). Imaginar que é o interesse nacional que os move, como muita gente pensa, é o que tem perpetuado esta situação.

Anónimo disse...

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Anónimo disse...


ADOREI a MUSICA DO GABRIEL TÁ MESMO BOA. BATEU CERTO ESSA MÚSICA.

Anónimo disse...

A forma correcta desta expressão será "Não bate a bota com a redingota", sendo uma redingota um casaco de montar.
De facto, e penso que estaremos de acordo, a bota tem que dar com o casaco e não com a perdiz.
Redingota, é o “aportuguesamento” oitocentista de “riding coat”.

Anónimo disse...

A forma correcta desta expressão será "Não bate a bota com a redingota", sendo uma redingota um casaco de montar.
De facto, e penso que estaremos de acordo, a bota tem que dar com o casaco e não com a perdiz.
Redingota, é o “aportuguesamento” oitocentista de “riding coat”.