sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Hotel Ruanda

Ontem revi o filme pela enésima vez "Hotel Rwanda" que passou na RTP 1. Realizado por Terry George e nos principais papéis actores como: Don Cheadle, Sophie Okonedo, Nick Nolte e Joaquin Phoenix.
O cinema, com o filme Hotel Ruanda, mostra a selvajaria e a brutalidade dos factos ocorridos e o despertar de sensibilidades para com as crueldades que afligem o continente africano. O massacre da população Tutsi pelos Hutus, em 1994, em Ruanda, um país pobre, da região central da África, exportador de chá e de café que deixou de ser colónia da Bélgica, tornando-se independente em 1962.
O conflito que dilacerou o Ruanda, matando aproximadamente 800.000 pessoas - repito 800.000, da etnia Tutsi pelos da etnia Hutus, em 100 dias, em 1994, é um dos resultados do legado colonial que as autoridades, principalmente, belgas e francesas se negavam a assumir.
Amparado intrafísicamente por Paul Rusesabagina ( Don Cheadle), cidadão ruandense, Hotel Ruanda procura dar visibilidade ao genocídio ao mesmo tempo em que encena a indiferença da ONU, da Bélgica, da França, da Inglaterra e em geral pela Comunidade Internacional ( umas das maiores representações abstractas do nosso Planeta ) quando se negaram a interferir e a evitar o massacre dos tutsis.
Em Hotel Ruanda o sofrimento que se vê é representação, a violência não é explícita e não está totalmente revelada. Por mais que se queira mostrar, a real e violenta realidade não está em cena, ela escapa da tela porque está na vida, na memória e na pele dos sobreviventes de Ruanda. Propositadamente para ser visto nas escolas.
Imagens essas que nos entram pela casa dentro e comentamos: - Dão isto logo agora que eu tou a jantar! E vemos uns petizes com bazoocas ( às vezes maiores que o seu soma ) artilhadas com a mais alta tecnologia que o denominado mundo ocidental tem para oferecer distribuidas pelos seus comissionistas - traficantes de armas. Para melhor compreender preços e especificações técnicas ver site russo muito bem elaborado e com toda a informação mais actual do mercado - http://world.guns.ru/
Em baixo um trailer do filme da MGM.

Quando me perguntam se sou um gajo feliz, eu respondo que não. Só um bicho totalmente egocêntrico ou com muita falta de informação poderá responder que sim a tal ingénua pergunta. Porque todos nós estamos ligados, nem que seja, pela Respiração. Todos respiramos, neste Planeta, a atmosfera que nos é dada sem percebermos exactamente, porquê.
Por isto vemos o quanto a Humanidade tem para evoluir. As etnias, a cor da pele, as religiões, as ideologias politicas, o mijar perímetros fisicos ( fronteiras estaduais ) como os outros animais, etc ... São fruto das nossas fraquezas enquanto seres humanos. A incapacidade de sermos seres livres ( que somos ) sem nos escondermos num qualquer grupo ou facção. A união faz a força, mas este conceito - na minha opinião - é ainda entendido de uma forma errada. Não é agruparmo-nos em uma espécie de "grupo de clube amigos disney" para combater outro grupo que vamos lá. Com isto apercebemo-nos que com diálogo ético, inteligente e compaixão ainda não se resolvem com seriedade os variados conflitos que demandam de resolução.
Nascemos e morremos, nascemos e morremos, nascemos e morremos em série. Já nascemos e morremos em várias partes do globo, com cores de pele diferentes e com os variadissímos status sociais. Em boa verdade, vos digo, que a nossa média evolutiva já poderia ser um bocadinho melhor.

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo Zorze, o Hotel Ruanda é um filme poderosíssimo, mas é apenas um filme.
A história é absurdamente pungente e avassaladoramente brutal, mas é apenas uma história.
Na realidade, o que se passou no Ruanda e agora se passa na Nigéria, no tristemente conhecido Darfur, no Sahara Ocidental, na Somália, e um pouco por toda a África é infinitamente mais triste e poderoso.
Por razões sempre fundamentadas em interesses económicos de 1ª linha, sejam eles relacionados com ouro, petróleo, pedras preciosas ou tráfico de armas, os grande poderes fazem e farão sempre vista grossa ao sofrimento e genocídio massificado de etnias inteiras.
Diariamente morrem cerca de 500 crianças em Árica pelas mais variadas razões - números da OMS.
Cerca de 125.000 desaparecem todos os anos - escravidão sexual, laboral, depravações várias, rituais de purificação, etc, etc - números da UNICEF.
As mulheres sofrem vários abusos desde violações sistemáticas a ablações de orgão sexual - os homens são empalados vivos ou esventrados por paus envoltos em arame farpado.
Algures no meio disto tudo temos a ONU a pedir auxílio a quem causa a desgraça, e eles, beneméritos que são, ajudam :)
Porque com cada carregamento de "ajuda humanitária" remetem mais armamamento para manter os opressores bem equipadaos, enquanto os oprimidos estropiados curam as mazelas.
Porque viver nestes países é um ciclo vicioso de sofrimento, depravação, escravidão e desespero.
Aqui se curam karmas da pior forma possível, se limpam somas como nós lavamos as mãos, se refazem espíritos á imagem de algo mais puro - pelo menos quero crer que é esta razão de todo este inferno em vida.
Que outra razão poderia haver? - ironia fonte do meu sentido de humor negro.

Anónimo disse...

ola lindo,o teu blog está de boa saude pelo que vejo e tu andas a alimentá-lo muito bem....
estas tuas duas ultimas msg estão mt boas... MUITOS PARABÈNS
não posso falar muito sobre o filme "Hotel Ruanda" pois nunca o vi...mas como estou de "molho" vou vendo alguns programas de tv e a fazer um zaping deparei-me no canal 1 com um senhor que ganhou uma grande batolada eurónios qualquer coisa como 250.000,00€, lá estava o sr. a dar uma entrevista não sei porquê... eu só apanhei a parte em que ele dizia qualquer coisa do género " o meu filho estava muito doente e podia morrer, tinha um cancro, e eu com aquele dinheiro todo nao podia comprar algo tão essencial para ele que era SAÚDE... e pensei então o dinheiro só serve para comprarmos coisas superfulas pq não podemos comprar tudo o que é essencial e uma delas a SAÚDE". Fiquei um pouco pensativa com este comentário... pois muita gente deveria ouvir estas palavras pois nascemos sem nada e é assim que morremos... nao vale a penas nos matarmos uns aos outro, passar uns por cima dos outros... pq mais tarde ou mais cedo todos temos o mesmo fim queiramos ou não... Podem-me dizer assim "mas em quanto cá andamos gozamos mais"... que interessa nós gozarmos e tentarmos ser felizes se quando olhamos para os jormais e noticias nos deparamos com pessoas a soferem e a morrem aos pouco sozinhas... e isso doi mais quando vemos que são crianças que nem tempo tiveram para pensar em fazer o mal... e ja estão a sofrer...
Mas é assim o nosso belo Planeta Azul ... que por dentro é negro e preto da podridão de tem...

Diogo disse...

So wrote Samantha Power, in the September, 2001, issue of The Atlantic Monthly.

Her long article details the decision of the Clinton Administration to keep out of that war, even to the extent of pressuring the United Nations to remove the peacekeeping troops.


In reality the United States did much more than fail to send troops. It led a successful effort to remove most of the UN peacekeepers who were already in Rwanda. It aggressively worked to block the subsequent authorization of UN reinforcements. It refused to use its technology to jam radio broadcasts that were a crucial instrument in the coordination and perpetuation of the genocide. And even as, on average, 8,000 Rwandans were being butchered each day, U.S. officials shunned the term "genocide," for fear of being obliged to act. The United States in fact did virtually nothing "to try to limit what occurred." Indeed, staying out of Rwanda was an explicit U.S. policy objective.

Anónimo disse...

Só passei para dizer Olá, não vi o filme mas pelas tuas palavras deve ser um bom retrato dos actuais acontecimentos em África. Infelizmente a ganância de dinheiro, de poder, de supremacia traz destas coisas. É pena, mas enfim, o que podemos fazer nós, meros mortais, simples cidadãos deste cantinho a beira-mar plantado? pacíficos demais para olharmos até pelo nosso País, quanto mais tentar arranjar soluções para os outros.
Fica bem. Um abraço do Arq.
PS: tens visto a nossa amiga da asa delta?

Anónimo disse...

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