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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O viver acima das possibilidades


Vivemos acima das possibilidades. Este é o mantra repetido vezes sem conta, pelo main-stream da actualidade, desde políticos, jornalistas séniores a comentadores que pululam pelos media a fabricar opinião, levando ao conformismo das pessoas e de que a austeridade é o único caminho a seguir, pois vivemos acima das nossas possibilidades. Todos os dias este mantra é repetido, fazendo com que as pessoas acabem por aceitar de que também são culpadas.
Ora o que na verdade ocorre, é que tudo isto é um enorme logro, mentira e roubo ao património das populações.

No caso português, o que de facto ocorre, é que a maioria da população faz das tripas coração para se manter dentro das possibilidades da dignidade, em média, com pouco mais de 600 ou 700 euros vão tratando de suas vidas e dos seus.
Matam-se a trabalhar num país, onde as "jornas" de trabalho são das mais longas da União Europeia, na correspondente directa, de infelizmente, termos os políticos e gestores mais incompetentes da União, na óptica do interesse público, pois para si e para os seus accionistas são competentíssimos.

Ou seja, o que acontece um pouco por toda a Europa e em Portugal é por demasiado evidente - por ter um povo mais amorfo e mais fácil de subjugar - são que as minorias que vivem de facto acima das suas possibilidades retiram rendimento das maiorias que vivem abaixo das possibilidades em que deveriam viver. É o problema da distribuição dos rendimentos nacionais que cada vez está mais distorcida e em Portugal esta não distribuição é gritante, pode-se dizer mesmo que é criminosa.
O governo que deveria representar o país, é demasiadamente fraco no contexto internacional e completamente dependente dos grandes grupos económicos e financeiros. A margem de manobra que têm é mínima e apenas passam as orientações que recebem de quem tem o dinheiro e o poder de criá-lo.
Em Portugal, por exemplo, chega a ser desesperante ver esses dois representantes - Passos Coelho e António José Seguro - que por via política incumbe-lhes a aplicação e comunicação da austeridade. São figuras inócuas, parecem máquinas que dizem o politicamente correcto, conforme os ventos que sopram do dia.

Por outro lado, num jogo maior e não entrando em teorias de conspiração rebuscadas, fica evidente de que esta crise tem uma Agenda.
Quando em 2002 criou-se o Euro os países europeus da zona euro conseguiram recorrer a todo o crédito possível e impossível por "beneficiarem" de notações de rating elevadas. Permitiu por um lado aos políticos mais corruptos venderem os seus poderes de decisão, como por outro lado, as grandes empresas colocarem "os seus políticos" em posições chave na decisão.

A suposta Agenda continua o seu processo, de país em país, passando agora para uma fase em que se pisam as leis e normas em vigor, desrespeitam-se acordos laborais e de empresa unilateralmente, reduz-se o rendimento anual dos cidadãos e aumenta-se a escravização laboral.
Começam a haver mudanças de governo sem eleições por imposição dessa coisa que não tem rosto, os mercados internacionais.
Governos tecnocráticos, ou melhor, funcionários dos grandes conglomerados que operam nos tais ditos mercados.
Na Grécia, Georges Papandreou foi substituido por Lucas Papademos que fora o governador do Banco Central Grego que em conjunto com o Goldman Sachs "ajudou" a Grécia a falsear as contas da dívida soberana.
Na Itália, Berlusconi por Mario Monti que já esteve ligado ao Goldman Sachs, bem como Mario Draghi recentemente eleito presidente do Banco Central Europeu.
Tudo boa gente! Como se vê!

As pessoas têm de ter a real noção do que enfrentamos. Berrar contra os funcionários, até pode ser engraçado mas, de pouco vale, porque o verdadeiro inimigo dos povos tem um stock imenso de funcionários prontos para a reposição.

Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

domingo, 18 de julho de 2010

A lógica ilógica


A lógica existencial em que vivemos em conjunto, a lógica demencial da rentabilidade.
Os idosos, os desempregados, os enfermos, os excluídos sociais, as crianças "ainda não produtivas" e tudo o que não seja rentável, está descartado desta lógica vivencial.
Esta é a lógica do colapso, e já estivemos mais longe!

Muito boa gente fala da crise, desta crise... Mas este mundo, onde estamos todos ligados, sempre esteve em crise.

Na parte financeira, um bode expiatório, normalmente a parte mais fraca, normalmente o mexilhão, Jérôme Kerviel um; trabalhador, funcionário ou colaborador..., conforme a disposição ideológica de cada um, foi acusado da maior fraude bancária da europa.
Em Janeiro de 2008, as suas apostas implicaram perdas à volta de 5 mil milhões de euros à Société Générale, o banco francês logo se pôs em contigência comunicacional, ninguém sabia de nada.
Ostracizaram o trabalhador, funcionário e colaborador e mantendo os mantras do rigor e da transparência.
Só que o pujé, sem o salário, lança um livro, em que no essencial diz que tudo continua na mesma e que tudo o que fez, foi com o conhecimento dos vários patamares hierárquicos no banco em laborava. Como em todo o mundo, a insanidade financeira continua, apesar das máscaras do rigor e da transparência.
Estes "pormenores" são brutalmente incentivados e muito bem pagos, quando a coisa corre mal, é fácil queimar jovens oportunistas e imbuídos de ambição.
Nick Lesson, teve um azar tremendo, o terramoto de Kobe, em Janeiro de 1995, que leva os mercados asiáticos ao desespero, levando o banco Barings ao colapso.
Como também, Yasuo Hamanaka, outro grande perdedor, causou perdas de aproximadamente de 2.6 mil milhões de dólares ao longos de dez anos em operações não autorizadas no mercado de cobres em Londres.
Às vezes o sistema avaria...

Em Portugal, onde a doença mental, atinge os maiores níveis da europa, a outrora sedutora. O país encontra-se com uma "prevalência altíssima" de 43% de portugueses que sofreram de perturbações mentais ao longo da vida, sem contar com os não-contabilizáveis por uma constante desoneração dos vários ministérios da saúde, ou seja, outros tantos que andam por aí e não diagnosticados, e desses, muitos disfarçados com máscaras sociais e comportamentais, pululam em cargos públicos e alguns de chefia.
Pela regra da proporcionalidade, no governo, na assembleia da república e em todos os cargos descendentes, teremos por amostragem níveis elevados de retardos mentais em lugares executivos. No privado o mesmo percentual.

Daí, se perceba, que eles não sabem do que falam, navega-se à vista, dia-a-dia. No parlamento enquanto se fecham entre eles, com o absoluto desprezo de um povo iliterato, fazem exercícios de quem tem o Q.Izinho mais espertaniço. Complementados com os especialistas da política.
Falam do tudo e do nada, ou seja, falam do que não sabem. Atiram para ao ar, especulam, descontextualizam e alimentam larachas do politicamente correcto.
Inocuidades sobre inocuidades.
Falam de neo-liberalismo, de ultra-liberalismo, de ideais fascizantes e de extrema esquerda.
Eles não sabem o que fazem, e não sabem do que falam, pois até se contradizem, nas suas parcas ânsias de pensamento.
Perdoai-lhes, pois eles não sabem o que fazem e do que falam... amadores e políticas em cima do joelho!

No começo, destas ideias, na Revolução Francesa, com o signo "Fraternidade, Liberdade e Igualdade", nascida em pura contradição. Fraternidade, quase zero.
E onde há liberdade, não pode haver igualdade, sendo o contrário também verdade.
A matriz nasce de base errada... logo muitos dedos em riste, não saibam que gritam matrizes ideológicas contraditórias por natureza de ordem.
E a maior parte destes seguem as directrizes das organizações supra-nacionais, as que verdadeiramente mandam e as quais os mass-media fogem como o diabo da cruz, pois há uma lógica por detrás.

Quando a coisa é mais simples do que parece, basta ser e fazer as coisas certas, dentro de uma lógica de saber-fazer, ética e bom senso.
Mas isto é chinês, para muita boa gente...



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A competitividade e seus mantras

O mantra da competitividade é de uma falácia totalmente ridícula. Uma auto-instituída lavagem cerebral em curso, digamos que no ponto de hoje, com grande relativo sucesso.
Vem de um discurso padronizado, de um politicamente correcto, fruto da maior hipocrisia latente e enviuzada.

Os analistas que se gostam de ver e ouvir, nos telejornais e que amplificam seus egos auto imaginando-se de certezas verdades, fazem análises próximas do zero, verdadeiras inocuidades, inexistências puras de pensamento. Houvesse quem lhes explicasse que cada vez existe mais target, que lhes-dá credibilidade zero.
Os seus argumentários são vestidos de uma mentalidade vazia de nada que talvez convençam o gnomo verde da floresta encantada.

O mantra da competitividade, repetido vezes sem conta pelo ex-governador do Banco de Portugal - Necessariamente, há que reduzir os salários!
Se os salários são uma espécie de medição de competitividade, isso significa que a fortíssima economia portuguesa é mais competitiva que a economia norte-americana. É que o salário do responsável da política monetária norte-americana é mais pobre do que o responsável português.
Falar em produtividade e competitividade para estas ilusórias inteligências é a redução dos salários, apenas e só.
Num país em que ser administrador de empresas, é via directa para se obter rendimentos, de sobremaneira competitivos, bem acima da média da União Europeia, principalmente em empresas públicas que dão sistemático prejuízo, como a CP, RTP e os CTT em tempos. Ou seja, mesmo que a gestão seja danosa, para o bem público, não fica dispensado de prémio público traduzido em numerário.

Portugal, precisa de gente que saiba organizar e trabalhar, que saiba prospectar novos mercados, que saiba vender o seu produto.
A jusante, fabricar um produto de qualidade, a montante que saiba coloca-lo no mercado.
Este país perde-se em reuniões, mais reuniões para agendar uma próxima reunião. A psicose da reunião, mostra o nosso ADN, o da falta de decisão e quem se responsabilize por ela.
Por isso se empurra com a barriga para a frente, de reunião em reunião, de inocuidade em inocuidade.
Adia-se, dilatam-se prazos e o país não avança.

Na união europeia, Portugal é um dos países com a média de salários mais baixos, onde na legislação laboral - outro mantra - já é fácil despedir, individual e colectivamente, a par com uma legislação comercial onde também é fácil abrir falência com a insana virtude de ninguém ficar responsabilizado e com um Estado que não protege as mãos cheias de trabalhadores atirados ao desemprego.
Onde se fala competitividade, quer-se falar em margens de lucros, porque competitividade e produtividade são outra coisa que não se debate a sério, seja por falta de vontade ou porque as margens de lucro são boas ou quiçá os prémios de gestão são bastante chorudos, claro que sem esquecer, à conta de milhares de salários baixos.

Portugal, é sem dúvida, um país descompensado e mal pensado. É essa a nossa miséria consciencial.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!