Guiné-Bissau é um pequeno País na costa ocidental africana. Foi colonizado por portugueses durante séculos. Talvez um dos grandes males do continente africano, a colonização do europeu na infindável procura de exponenciar o seu rendimento, qual vampiro de recursos e com as bençãos do Espírito Santo para justificação inconsciente dos seus actos, ocupou sem ressarcir quem já lá vivia à muito tempo. Numa lógica de superioridade e discurso de um só sentido - Tu não sabes, eu é que sei. Vou-te dizer como é que se faz.
Após séculos de tremendos abusos, as revoltas transformaram-se em guerrilhas, muitas organizadas e apoiadas logística e tacticamente, mais uma vez, por brancos oportunistas com o objectivo de colher os "juros" mais tarde.
No caso português, o mais infeliz, derivado de ter um governo fascista e pouco hábil na cena internacional, pode-se dizer mesmo, com fraca visão de conjunto, teimou numa guerra em várias frentes. Como consequência directa ceifou milhares de vidas, evitáveis e amputadoras psicológicas de outras tantas. Algumas ainda perduram nos nossos dias.
Dessa guerra, talvez a da Guiné, tenha sido a mais dura e difícil, o mato denso era propício para as emboscadas e para a luta de guerrilha.
Os soldados portugueses ouviam falar de Nino. Nino para ali, Nino para aqui. O grande guerrilheiro.
Declarou a independência da Guiné em 1973. Tornou-se o líder da embrionária nação.
Tornou-se um político à moda africana. Mandou matar, fez negócios com empresários de "olho grande", saiu e voltou. Considerava já a Guiné como sua. Foi um corrupto e assassino.
Deixa como legado um País sem infra-estruturas, o silêncio da noite é ocupado pelo som dos geradores (só alguns edifícios governamentais é que têm energia eléctrica) e nas suas múltiplas veias doenças e droga cultivada do outro lado do Oceano Atlântico.
Nos últimos tempos devido à sua localização geográfica ser de uma importância estratégica vital para o narco-tráfico colombiano como plataforma giratória para o mercado europeu, sucumbiu com facilidade ao dinheiro fácil de uma indústria em franca expansão, dos que movimentam mais dinheiro neste mundo desgraçado logo atrás do tráfico de armas. A Guiné deixou de ser independente novamente para estar nas mãos de outro poder.
Muito por via do seu Arquipélago dos Bigagós com a foz do rio Geba a intermediar o continente. Conjunto de ilhas onde os seus locais vivem principalmente da pesca.
Por altura da guerra colonial havia ali somente uma pista de aviação, donde a tropa portuguesa ia lá de vez em quando comprar peixe fresco para abastecer os quarteis de Bissau. Hoje nem se sabe bem quantas pistas de aviação tem, algumas são retrácteis, aparecem e desaparecem, tem cerca de 40 postos de combustível para aviões. Concerteza que não é para escoar o peixe ali pescado.
Mas sim para receber os aviões oriundos da América Latina carregadinhos de droga, para logo depois em potentes barcos a distribuir por canais muito bem montados.
Pesando os prós e contras, liberalizar a droga, teria o efeito imediato de esvaziar este tipo de negócio. Pois o viciado, de uma ou de outra forma, continuará a consumir. Nem que roube ou se prostitua. Até aqui, a questão do status é interessante observar. O drogado pobre acessa a um produto já muito misturado e de má qualidade, daí resulta a tez meio acastanhada da pele e a desdentação. O drogado rico faz as linhas com cartão de crédito gold e assume altas responsabilidades em empresas onde trabalham pessoas que daí obtém o sustento para as suas famílias. Tem é mais esforço para disfarçar quando lhe arrebenta uma veia do nariz ou sofre carências do produto em situações mais embaraçosas.
Voltando ao problema de fundo, não interessa liberalizar tal comércio, pois são os próprios governos de muitos países que lucram com o negócio.
Porquê é que os E.U.A. mantém uma forte presença militar no Afeganistão?
Para quem defende uma concepção mais religiosa de que Deus dá o sustento através da terra. Por caminhos ínvios acaba por estar certo.
Quanto a Nino, ironia das ironias, quem liquidou tantos soldados de G3 ao ombro, sucumbe agora com um tiro de G3 na cara.
Misteriosos são os caminhos da ironia.
Apesar de tudo, é triste este interminável ciclo kármico africano, de morte pela luta do poder e no qual o dinheiro, proveniente das "potências", alimenta. Enquanto as populações vivem, ou melhor, sobrevivem com carências a todos os níveis.
Após séculos de tremendos abusos, as revoltas transformaram-se em guerrilhas, muitas organizadas e apoiadas logística e tacticamente, mais uma vez, por brancos oportunistas com o objectivo de colher os "juros" mais tarde.
No caso português, o mais infeliz, derivado de ter um governo fascista e pouco hábil na cena internacional, pode-se dizer mesmo, com fraca visão de conjunto, teimou numa guerra em várias frentes. Como consequência directa ceifou milhares de vidas, evitáveis e amputadoras psicológicas de outras tantas. Algumas ainda perduram nos nossos dias.
Dessa guerra, talvez a da Guiné, tenha sido a mais dura e difícil, o mato denso era propício para as emboscadas e para a luta de guerrilha.
Os soldados portugueses ouviam falar de Nino. Nino para ali, Nino para aqui. O grande guerrilheiro.
Declarou a independência da Guiné em 1973. Tornou-se o líder da embrionária nação.
Tornou-se um político à moda africana. Mandou matar, fez negócios com empresários de "olho grande", saiu e voltou. Considerava já a Guiné como sua. Foi um corrupto e assassino.
Deixa como legado um País sem infra-estruturas, o silêncio da noite é ocupado pelo som dos geradores (só alguns edifícios governamentais é que têm energia eléctrica) e nas suas múltiplas veias doenças e droga cultivada do outro lado do Oceano Atlântico.
Nos últimos tempos devido à sua localização geográfica ser de uma importância estratégica vital para o narco-tráfico colombiano como plataforma giratória para o mercado europeu, sucumbiu com facilidade ao dinheiro fácil de uma indústria em franca expansão, dos que movimentam mais dinheiro neste mundo desgraçado logo atrás do tráfico de armas. A Guiné deixou de ser independente novamente para estar nas mãos de outro poder.
Muito por via do seu Arquipélago dos Bigagós com a foz do rio Geba a intermediar o continente. Conjunto de ilhas onde os seus locais vivem principalmente da pesca.
Por altura da guerra colonial havia ali somente uma pista de aviação, donde a tropa portuguesa ia lá de vez em quando comprar peixe fresco para abastecer os quarteis de Bissau. Hoje nem se sabe bem quantas pistas de aviação tem, algumas são retrácteis, aparecem e desaparecem, tem cerca de 40 postos de combustível para aviões. Concerteza que não é para escoar o peixe ali pescado.
Mas sim para receber os aviões oriundos da América Latina carregadinhos de droga, para logo depois em potentes barcos a distribuir por canais muito bem montados.
Pesando os prós e contras, liberalizar a droga, teria o efeito imediato de esvaziar este tipo de negócio. Pois o viciado, de uma ou de outra forma, continuará a consumir. Nem que roube ou se prostitua. Até aqui, a questão do status é interessante observar. O drogado pobre acessa a um produto já muito misturado e de má qualidade, daí resulta a tez meio acastanhada da pele e a desdentação. O drogado rico faz as linhas com cartão de crédito gold e assume altas responsabilidades em empresas onde trabalham pessoas que daí obtém o sustento para as suas famílias. Tem é mais esforço para disfarçar quando lhe arrebenta uma veia do nariz ou sofre carências do produto em situações mais embaraçosas.
Voltando ao problema de fundo, não interessa liberalizar tal comércio, pois são os próprios governos de muitos países que lucram com o negócio.
Porquê é que os E.U.A. mantém uma forte presença militar no Afeganistão?
Para quem defende uma concepção mais religiosa de que Deus dá o sustento através da terra. Por caminhos ínvios acaba por estar certo.
Quanto a Nino, ironia das ironias, quem liquidou tantos soldados de G3 ao ombro, sucumbe agora com um tiro de G3 na cara.
Misteriosos são os caminhos da ironia.
Apesar de tudo, é triste este interminável ciclo kármico africano, de morte pela luta do poder e no qual o dinheiro, proveniente das "potências", alimenta. Enquanto as populações vivem, ou melhor, sobrevivem com carências a todos os níveis.
7 comentários:
Morreu, morreu,
Já se fodeu,
Antes ele,
Do que Eu.
Cá se fazem cá se pagam, não pagou duma maneira pagou de outra. Não tenho pena dele, deve ter merecido.
Os próximos que vejam o que lhes pode acontecer.
Fiquem Bem.
Excelente artigo, incomodamente lúcido. É o que se passa na realidade. O artigo até pode ser lido como reportagem.
E o pior é que é o capitalismo internacional que sustem regimes como os de Uribe.
um abraço
O grande mal de àfrica são as suas riquezas naturais, vê lá se há chatices em Cabo Verde?
beijos
- Os meus silêncios para as vítimas da Guiné.
Zorze, parabens,..texto cheio de actualidade.
No entanto companheiro e se me dás licença, e ainda na minha qualidade de veterano da guerra colonial como sabes, queria só clarificar uma coisa.
Na verdade, tal como dizes, Nino Vieira foi um grande guerrilheiro e ponto. Acabou aí a sua grandeza.
Não foi ele que declarou a indepedência unilateral em Medina do Boé, mas sim Luis Cabral o primeiro presidente, irmão de Amilcar!
Depois do glorioso 25 e depois da entrega formal do país, promoveu um golpe de Estado destituindo Luis Cabral e traíndo todos os seus camaradas do PAIGC expulsou todos os caboverdeanos do partido fraccionando o país.
O grande problema da guerra na Guiné, não era a mata, mas os pântanos e os riachos, onde o exèrcito experimentava grandes dificuldades de adaptação e movimentação.
Por último e mais para a Ana,...a Guiné não tem riquezas, foi tornado uma plataforma e entreposto do narco-tráfico internacional pela sua situação estratégica, e claro Nino estava dentro...e outros mais diga-se em abono da verdade.
Abraço!
Tristeza é o que sinto, quando olho para a mãe Africa...
quanto ao narco-tráfico , é dos negocios mais rentáveis (desde que não liberalizada a venda), onde anda muito colarinho branco emaranhado.
E mais não digo.
abraço camarada
Está convidado a assistir ao Debate Público sobre o Futuro Democrático da Guiné-Bissau com Francisco Fadul, organizado pelo MIL: Movimento Internacional Lusófono:
http://movv.org/2009/06/05/2%c2%aa-conferencia-mil-o-futuro-democratico-da-guine-bissau-com-francisco-fadul/
Assine e divulgue a:
Petição em prol da Construção de um Estado de Direito Democrático na Guiné-Bissau:
http://www.gopetition.com/online/26953.html
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