quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Luas


E se a Lua fosse embora? E se explodisse? Ou se ficasse quieta?
Seria um constrangimento, sem dúvida... Entre o aborrecimento e a catástrofe, por aí se situaria.
Será que as pessoas reparariam?
Deixaria de haver marés compassadas sob o seu jugo gravitacional?
Deixaria de haver lobisomens?

Deixaria de haver "fases" nas pessoas... que vivem de "fases" e que delas gostam de as publicitar, as "fases" que têm.
Todos os outros animais sentiriam mais pela sua falta, já que o animal humano - espécie mais cruel e mortífera que habitou este planeta - continua distraída a destruir-se.
Deixaria de haver a luz da noite e os seus reflexos, as suas sombras.

Será que haveriam viagens à Lua?
Em consonância, e se as pessoas vestissem todas calças de bombazine?

E se todos nós, saímos de uma fábrica, padronizados para ser peças de uma espécie de máquina?
E os que saírem com defeito?
E os que se recusarem a ser... Ser um padrão?
E os que quiserem ser libélulas, borboletas, formigas ou porcos?
E os que vivem "The dark side of the moon"?
E os que quiserem ser água, terra, fogo ou ar? E os que quiserem ser mais?
E os que quiserem ser menos?
E todas as outras que não sabem o que querem?

Se a Lua nos faltasse?
Será que acordávamos?



Vangelis, Abrahams Theme

2 comentários:

Anónimo disse...

Every little helps


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- shakwandee5ha

Tito Esteves disse...

Meu caro amigo, quero aqui deixar o meu sentido apreço pela lembrança deste belíssimo astro que nos acompanha há milhões de anos, e que alguns postulam ser, inclusivamente, um construto artificial colocado ali para nos vigiar e observar.
A Lua acaba aqui, segundo me parece, por ser uma metáfora, um mote, uma chamada de atenção para as falhas da humanidade, a nossa desatenção para tudo o que nos rodeia e o constante e inexorável caminho espiralado para o fim da civilização, tal como a conhecemos.
Um dia tudo acabará, é certo, mas a não ser que colinizemos a Lua e acabemos por a destruir primeiro, estou certo que ela será a primeira e a última testemunha da vida dos homens, seu nascimento e morte...
Muito bom post e música fantástica, ou não fosse Vangelis o aluado que é...
Grande abraço.