terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cabeleireiro


Ontem fui cortar o cabelo. Ontem estava a chover.
Fui, ou seja, voltei ao cabeleireiro que sempre fui. Desde os treze/catorze anos por aí. Lavagem e corte, eram 250 escudos, só tinha levado 200 escudos, - Depois trás, noutra altura!
Como não me sentia bem em deixar alguém prejudicado, na minha inocente ideia, fui a correr até casa, era uma idade cheia de energia, onde corremos muito e batemos as primeiras pívias. A avó deu-me a moeda de 50 escudos que faltava para perfazer preço correcto do serviço que me tinha sido prestado. Voltei a correr...

Não falei mais de dois minutos de conversa seguida com o meu cabeleireiro, mas passou pelo tempo, da secundária, da universidade e do trabalho.
Às vezes, como acordo cedo para trabalhar, quase que adormecia na cadeira, ao final da tarde, com o cansaço somado do trabalho e das poucas horas de sono. Minudências, que não de somenos importância, para se ganhar a bucha.
Não sou adepto de conversa atirado ao acaso, por conseguinte, a cortar o cabelo, não tinha paciência para as conversas fúteis, apesar de saber que existe lugar para tudo no Universo.
Confesso, que amiúde, experimentei outros cabeleireiros, mais modernos e xpto's, mas onde me sentia bem era no cabeleireiro da rua dos meus pais.
Com os diplomas emoldurados na parede; Figueira 87, Figueira 83, Figueira 85, todos no Hotel Peninsular da Figueira da Foz, onde presumo, ocorreram grandes festivais do penteado.
Sei que sou cliente de um verdadeiro profissional da arte, e olhando para o tempo decorrido, vou lá à mais de 20 anos.
Uma vez o avô de uma namorada minha, gingão dos copos, com um amigo, foram lá e sentaram-se nas duas cadeiras do estabelecimento - Barba e cabelo! Para intimidar claro, mas o cabeleireiro não deixou os seus créditos por mão alheias - Aqui não se faz barba. Isto é um cabeleireiro de homens. Pronto, ficaram arrumados com a frontalidade.

Ontem, foi sentar e sequência da construção do hábito - É o costume? É.

Há mais de vinte anos que vou lá.



Visions Part 1 - Wei Li Yang

3 comentários:

Anónimo disse...

Análise emocionante neste blogue, postagens como aqui está dignificam a quem analisar neste espaço !!!
Entrega mais de este blogue, a todos os teus utilizadores.

Diogo disse...

Então o meu caro é da Figueira da Foz!

Passei, quando era miúdo, várias férias grandes na Figueira da Foz. Com onze anos saltei da prancha dos 10 metros da piscina do Grande Hotel da Figueira. Uns anos antes, levei uma cornada de um garraio no casino que me fez voar uns metros.

Enfim, bons tempos…

Zorze disse...

Diogo,

Figueira da Foz foi onde decorreram os festivais do penteado que o cabeleireiro participou.
Sou de outra zona do país.

Abraço.