quinta-feira, 23 de julho de 2009

Coisas de facto reais


Era semi-criança a entrar para semi-adulto. Aquela fase que algumas tribos têm bem estabelecidas. Passando alguns exercícios passa-se a ser Homem.
A supostamente chamada civilização ocidental não a têm. De embaraço em embaraço, tapa um olho, descobrindo o outro.
Vão prá aí 20 anos. Bebo meia dúzia de cervejas Europa (já não existe) e fico quase buba, sem experiência da envolvente, o meu caralho fervilhava, de emoção e testerona. Num raio de 5 kms, tudo o que cheirasse a grelo era captado no radar.
Estava na Tocha, de dia visitávamos uma abandonada casa de leprosos. Estourava-mos o que restava. Pedradas nas janelas, mobiliário meio quebrado atirado contra as paredes e janelas, alguns cacifos que restavam.
De noite a coisa piava mais fininho. No meio do mato, com apenas uma lanterna, o grupo seguia juntinho, com o olhinho do cú bem fechadinho. Pois habitava lá um Bufo-Real. À noite ouvia-mos a sua respiração, tal e qual, a de um Homem. Íamos todos juntinhos, a ouvir o som compassado da respiração.
Até que numa noite a Bufa-Real (era fêmea e protegia o ninho dos filhotes) faz um voo picado sobre nós sem nos atingir. Era um gesto de intimidação.
Senti, de leve o bater das asas na nuca. É uma espécie de asco. O bater das asas de uma ave sobre nós. E aquele Bufo-Real tinha uma envergadura de asa, que só.
Por isso não consigo comer codorniz ou pato. O pato por causa do odor a cadáver. O arroz de pato ainda que vai. Tenho aqui tema de pesquisa para vivências passadas, para descobrir o porquê.
Em contraponto, não nego e com todo o prazer, uma Mulher deitada na cama na posição de franguinha, não lhe digo que não. Num contexto de foder, claro.
Há coisas que ainda não sabemos!
Andava-mos naquelas bicicletas para quatro pessoas. Claro que havia sempre um que abandalhava e volta e meia caíamos. Ríamos até não poder, com as quedas.
Comi 5 gajas, naqueles 15 dias, uma era de Coimbra, nunca mais soube nada dela. Nem sei se era estudante.
A música em baixo traz-me essas recordações. Havia uma miúda mais velha do que eu, queria-me comer, e na discoteca improvisada que havia, e de olhos pintados, muitos jogos de sedução se faziam. Diga-se de passagem, de formas muito rápidas.
Com a desculpa de ter torcido o pé, e coxa, lá fui convencido a levar a menina até ao quarto. Qual menina, a Diaba, o menino era eu.
"Just an Illusion", desperta para a vida.

3 comentários:

Ana Camarra disse...

Zorze

Essa canção a mim não me diz nada....
As asas de uma ave não provocam a mesma sensação e já segurei um milhafre.
Mas não gosto de codorniz, passaros só como galinhas, perus e vá lá o arroz de pato.
Asexperiências transitórias de criança para adulto são um fervilhar, embora ache que de maneira geral nos rapazes são mais alarves, digo eu que fui criada com rapazes.
Quanto a esse inicio de vida sexual é o que é...
Faz falta, talvez, não sei, mas ainda bem que tens boas recordações.

beijo

(estás com um linguajar do pior....)

Zorze disse...

Ana,

O linguajar serve como forma de contextualização, retrata de forma mais fidedigna o espírito da época.

Beijos,
Zorze

Diogo disse...

Ah, bendita juventude! Cinco gajas em quinze dias! Hoje, comigo, se forem duas gajas num mês, já é uma festa...