terça-feira, 9 de junho de 2009

Psico-política



Hoje em dia, o focus é a opinião pública. Mas essa opinião não é a sua, num universo maior ela é laboriosamente fabricada, manipulada e ajeitada para que se pense que também é a sua. Depois de interiorizada você passa a defende-la e nalguns casos com paixão. Seja religiosa, política ou na área desportiva. O ser humano tem pavor de ficar sozinho, um dos medos que não consegue metabolizar.
Logo integra-se. Diminui a sua liberdade, aponta ferozmente, noutras ocasiões serenamente a manipulação dos outros. Os outros que não compartilham a sua razão, que evidentemente, de que sua é a melhor. No curso de suas curtas existências físicas, muitos mudam de grupos. Questionam, reflectem, aprendem com suas próprias experiências pessoais.
A questão, não é, se para melhor ou para pior.
A questão é que vivemos em guerra desde que o homem se apercebeu, que tomando o controlo de recursos naturais, do conhecimento e até de recursos que ele próprio dá o valor. Constatando por análise histórica que a guerra já existia antes de ele cá estar. A guerra da sobrevivência.
No desenvolvimento da sua inteligência complexizou os modos de interagir a um ponto quase infinito e sempre em crescendo.
Aqui entram as operações psicológicas. A tentação de controlar em absoluto a mente humana. Demanda que transporta para uma certeza inevitável. Os imponderáveis levam ao mais infinito.
O que nos leva a outro patamar. Aquela fronteira, onde a maior parte volta para as suas zonas de conforto. Os pseudo-sonhos que nunca os levaram a nada, a teorias florais semi-paradisíacas, ou cruelmente falando a cenoura à frente dos olhos e a enferma esperança. É assim há séculos e séculos. Vida após vida. Com mais ou menos poesia e inspiração de momento.
É a concepção que tem de ser olhada, com olho de ver. É essa que tem de ser destruida. Para que os nossos netos não nos voltem a lembrar de nós à volta de uma fogueira com guitarra e música. Mais uma vez. Cantando as vicissitudes de um mundo injusto.
O importante não é saber as siglas e os nomes dos grupos que enviam inúmeras lebres para dar a ilusão de escolha. Não é só um País sozinho que obterá a mudança.
Para quem não entenda como funciona a economia mundial, o mercado monetário, as transacções comerciais e o mercado creditício inter-bancário. No ponto temporal que vivemos é demasiadamente fácil bloquear um País inteiro, demasiadamente fácil. Agitar, baralhar, desorganizar e por fim controlar.
Até quando batalhar contra os moinhos de vento? Para quando o despertar para a realidade?
Com pão de trigo e linguiça, alguns vendem-se, outros desesperam.
Por isso a via ainda não controlada pelas elites actuais, que com as suas cada vez maiores multinacionais que fragmentam todo o processo produtivo em várias partes do mundo, gerindo melhor, laivos de revolta pelo cada vez mais Homo Manipulatus. A tal via ainda não controlada e que talvez mais assusta. A consciência do ser, parte integrante do Universo, tomando conhecimento que ele próprio é um Universo e que pode ter uma palavra a colocar, a questionar, sem melindres, livre no seu pensamento. Ganhando capacidade de discernimento de purgar o que está errado para ele, está mal para os outros e para o meio-ambiente que o envolve nesta singela etapa temporal de existência e dessa forma adquirindo experiência para outras, num processo constante de maturação.

" As operações psico-politicas subdividem-se em operações psico-políticas estratégicas, que concentram a propaganda em pequenos grupos de pessoas como, por exemplo, académicos ou especialistas, capazes de influenciar a opinião pública, e operações psico-políticas tácticas, que concentram a propaganda nas massas, por via de meios de comunicação em massa - jornais, rádio, televisão, manuais, material educativo, arte e entretenimento (Ways and Means of U.S. Ideological Expansion - A. Valyuzhenich, Fevereiro de 1971)."

Há coisas que o infantil ser humano desconhece, derivado de sua manifesta incapacidade cerebral apesar de muito bem disfarçada.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

5 comentários:

Diogo disse...

Zorze, porque é que numa sucessão de vidas se repetem os mesmos truques (pelos mesmos?), qual o objectivo de tanta manipulação numa infinita sucessão de vidas?

mugabe disse...

Zorze,..é impressão minha, ou a coisa é mais simplificada do que tu pretendes fazer ???

Abraço!

Zorze disse...

Diogo,

É da natureza humana errar e errar vezes sem conta, e pelo, cansaço evoluir mais um pouco, mais um degrau.

Mugabe,

Tens razão, a coisa é bastante simples, só que a larga maioria acha-a bastante complexa refugiando-se nas suas zonas de conforto.
Gastam as suas energias a discutir as ideias tampão. Os testas de ferro adoram essa luta das migalhas.

Eliana Gerânio Honório. disse...

Bom dia!

Somos manipulados de muitas formas
no Brasil.

Perdemos a dignidade e nos vendemos por qualquer dinheiro.

O exemplo vem de cima
e nos tornamos animais
que roubam e matam...

Desculpe vir aqui dizer.

Muito obrigada pelo espaço.

Elianinha

mugabe disse...

Elianinha minha querida ! isso que você diz é uma verdade,...mas para diminuir esses índices, espero que os brasileiros continuem a votar à esquerda nas próximas eleições !

Abraço!