segunda-feira, 29 de junho de 2009

O mundo da razão e do ego

Quando outrora os nossos antepassados se questionavam perante certos fenómenos da natureza, por falta do conhecimento de tais eventos, sobretudo os mais impactantes, atribuía a explicação a seres divinos, transcendentais. À falta de conhecimento caberia uma ilusão, como forma de resposta.
De um infindável emaranhado de condicionalismos biológicos a espécie humana desenvolveu recursos cognitivos a um ponto capaz de complexizar a imaginação e ideias, quando ao mesmo tempo ter extremas dificuldades em compreender e trabalhar a sua própria mente.
Temos exemplos de pessoas brilhantes ao nível da ciência e das artes, que comprovam a nossa imensa capacidade criadora, mas que, no campo relacional são um verdadeiro desastre. Outros patologias desesperantes.
Existem várias inteligências e atingir níveis elevados numa, não significa necessariamente o alcançar em outras. Da matemática à musical, da expressão corporal à de planeamento, da psíquica à social, entre outras. Das 7 que se conheciam, hoje vão se descobrindo mais "tipos" de inteligências.
É aqui que entra o ego na defesa da razão. Tal sentimento fruto da nossa evolução cognitiva é a semente das atrocidades históricas que parcialmente conhecemos, pois o que verdadeiramente conhecemos são pontos de vista de quem a escreve, colocando a sua razão, deriva do seu ego.
A questão é que cada um de nós não sabe gerir o seu ego e dos que o rodeiam.
Daí vêm as guerras, a imposição de ideias à força e a resistência, como contra-imposição às ideias de outros.
Se não compreendermos isto, viveremos num ciclo vicioso.
O próximo passo da Humanidade será quebrar este elo, para mais um salto. Ainda falta tempo, pois na existência do Planeta, estamos cá há pouco tempo.
É preciso dar tempo ao tempo... Descontando o facto de toda a gente querer ter razão!



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

8 comentários:

Mariazinha disse...

As pessoas pensam só nas suas verdades mesquinhas,poucas tentam compreender o proximo.Quando não nos conseguimos rever nos outros é sinal que perdemos um pouco da nossa humanidade.
Fraternidade,afecto e compreenção precisa-se.
Um beijo

CRN disse...

Zorze,

Um video muito engraçado, mostra uma alienação em toda a regra, boa malha.

Abraço.

CRN

mugabe disse...

Zorze, concordo, mas isso ainda hoje é assim,...só isso explica o êxito das religiões...as pessoas apegam-se a seres divinos para se protegerem de medos e coisas que desconhecem. Precisam de ter fé...nalguma coisa.

Abraço

Diogo disse...

Talvez esse salto esteja mais próximo do que se pensa. Para um materialista como eu, a evolução exponencial da tecnologia vai trazer muitas surpresas nos próximos anos.

Marreta disse...

Recorro à tua capacidade psico-analítica para me ajudares a compreender em que é que este post pode encaixar no meu que publiquei hoje.

Saudações do Marreta.

duarte disse...

pois é zorze, os afectos... e o nosso umbigo.não há verdade, mas sim verdades.enquanto nos comportarmos como o seres egocentricos, e não como comunidade, nada é possível.
abraço do vale

casadegentedoida disse...

"A questão é que cada um de nós não sabe gerir o seu ego e dos que o rodeiam. Daí vêm as guerras, a imposição de ideias à força e a resistência, como contra-imposição às ideias dos outros."
Aqui nestas palavras resume-se tudo, independentemente das crenças religiosas ou partidárias, das crenças em clubes vermelhos, azuis ou verdes. Como diz o profeta:
"Quem tem olhos que veja, quem tem ouvidos que ouça".
Fica bem e Abraços.

Soontir Fel disse...

Sr. Zorze, muito bons, ambos - o post e o vídeo. Devo dizer-te que a solução ultima dos pobres aliens não se afasta muito do sistema utilizado pela nossa espécie quando algo não esta a resultar: em vez de se mudar a abordagem, eleva-se só o argumento para outro nível, razão porque este planetas esta no estado em que esta. Quanto a consciência, essa refugia-se nos aforismos próprios das mentes pequenas e procura conforto nas falsas verdades, na esperança de tornar o dia a dia um fardo mais suportável, na esperança duma outra vida mais risonha... Se eles soubessem que já pensaram o mesmo em todas as anteriores e acabam por sempre por voltar ca... Um abraço.