domingo, 25 de novembro de 2007

Portugalito

Para onde vais, ou melhor, para onde te levam ?
Que é feito deste País que mais parece um Portugalito triste e fraco. Cada vez mais pobrito a vários níveis: económico-financeiro, educação e socialmente.
Já teve Grandes Portugueses ao longo da sua história. Fomos os Pioneiros da Globalização - vejam só.
Agora só se vê uma cambadazita de fulanitos nas cúpulas do poder e nas direcções empresariais. Pessoas muito ambiciosas que trabalham apenas de si per si.
A ascenção na carreira meteórica destas conscin´s pressupõe o uso da intriga, da mentira, das "habilidades". Começa cedo nas Associações estudantis das Universidades (apenas certificadoras de conhecimentos), depois, são recrutadas para as jotas. Aí vão desenvolvendo e apurando as suas técnicas de alpinismo carreirista até chegarem ao topo da cadeia alimentar público/privado. Note-se que felizmente nem todos são assim - não se deve fazer da árvore a floresta - mas são uma pequeníssima minoria. E estes recursos mais válidos não têm inculcados na sua personalidade as capacidades acima descritas. Não lhes interessa o estrelato. Muitos andam por aí perdidos. Por isso caro leitor pode depreender que através desta Selecção Natural quem chega lá.
Isto acontece em todo o Planeta. Só que porquê alguns Países são mais desenvolvidos que outros ? Devido ao seu Holopensene (mentalidade dominante) funcionando como filtro social invisível. Ora bem, no nosso País, sabemos qual a mentalidade dominante (o vírus é geral contamina desde lá do alto até cá a baixo). Quem paga os seus impostos de maneira correcta é artolas, quem mais gama mais esperto e considerado é, quem menos trabalha dando a mostrar que muito labuta é um artista, e por aí a diante, os exemplos são muitos, infelizmente.
Põe-se recorrentemente o problema da Produtividade e em nome dela cometem-se os maiores disparates em gestão.
- Por ela despede-se a torto e a direito.
- Por ela cortam-se serviços de qualquer maneira.
É uma técnica de gestão brilhante que se vai tornando um hábito. Cortam-se determinados serviços/pessoas, depois é que se vai ver no que dá. Entretanto acontecem mortes que poderiam ser evitadas, incoerência nos serviços. "-Bem talvez teremos que fazer algumas rectificações nalguns pontos essenciais", dizem eles. Ainda bem que temos estas cabecinhas pensadoras a cuidarem dos nossos destinos. Fico descansado.
No mundo empresarial privado o panorama também não é muito melhor (com os seus crescimentos negativos). Não é prejuízo, é crescimento negativo senhores!
As empresas na fase de angariação do cliente são muito eficientes: pápeis timbrados muy bonitos, sistemas informáticos do arco-da-velha. Depois é que são elas: isto não está previsto na garantia, essa peça está esgotada, isso não temos, infelizmente não podemos ajudar, etc.
Mexe-me com o sistema nervoso as seguintes expressões: pontos essenciais, crescimento negativo, digamos assim, credibilidade, sustentabilidade, seriedade, exiquibilidade e outras que agora não me recordo. Tá bem Abelha, conta-me outra. Ou será hipocrisia?

Reset mental. Não é viável.

Agora pergunta o leitor, porque é que o portuga lá fora é tão produtivo como os demais ?

Simples, o nosso emigrante em países desenvolvidos, está inserido numa organização eficiente. É responsabilizado pelos seus erros, cumpre com as tarefas que lhe são estipuladas. Ou seja é uma peça de um organismo organizado - com pés e cabeça.
Temos emigrantes em direcções empresariais, cientistas, artistas (na verdadeira acepção da palavra), cozinheiros, taxistas, pedreiros ...
E é tão produtivo dentro da média na conjuntura onde esteja inserido. Portanto, verificamos que o problema, dentro da nossa fronteira, é mesma da organização. Na minha opinião, talvez, o maior problema.
Se calhar o melhor é mesmo emigrarmos, que isto está complicado.
O nosso País continua a ser dos mais pobres na UE, e os países de Leste aderentes irão nos ultrapassar brevemente. Estamos mesmo realmente destinados a ser o number one a contar do fim. Esperem a Turquia também entrar, não a podemos deixar no pódio. Temos que manter a medalha de ouro dos mais pobritos.
Em boa verdade vos digo meus amigos, que isto está muito complicado. Resta-nos cada um no seu serviço/trabalho ser o mais competente e ético possível. Para aos poucos mudarmos o estado das coisas.
Pena que não vislumbro grandes melhoras nos próximos tempos.

2 comentários:

Anónimo disse...

O meu grande amigo Zorze está novamente a fazer valer o seu pessimismo crónico - sabes bem que este Portugalito é uma país muito sui-generis, muito próprio...
Sofremos de muitas conquistas em poucos séculos, fomos árabes, muçulmanos, suevos, alanos e visigodos, fomos castelhanos por três reinados, invadidos por franceses e ingleses, sodomizados diariamente pelo consumismo americano...
Que mais querias tu? Já é uma sorte ainda alguns de nós conseguirem levantar-se de manhã e ir trabalhar...
Como tu, nesta Segunda-Feira, por exemplo - de tão chocado com o Portugalito de fim-de-semana, que até te esqueceste de acordar :)
Excelente comentário, já agora, como sempre.

Anónimo disse...

Eu não me esqueci de acordar. Provávelmente devo ter tido nessa noite uma Projecção Extrafísica de elevada complexidade ou, se calhar, muito distante - talvez noutro Planeta. Estas coisas são muito complicadas.
Excelente comentário do Sr. Soontir Fel, gostei especialmente da parte " ... sodomizados diariamente pelo consumismo americano ... ".