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domingo, 21 de março de 2010

Agências de rating


São agências de notação de risco, ou seja, são contratadas pelas instituições financeiras para avaliarem o risco de outra empresa, país ou município acerca de sua capacidade de amortização de dívida. Estabelecendo dessa forma o spread a aplicar no financiamento.
Ou seja, apesar da euribor, a taxa de referência na europa, determinada pela taxa média dos 57 maiores bancos europeus, o spread a aplicar aos financiamentos têm em conta as notações dadas por estas agências classificadoras de avaliação de risco.
As principais são: Fitch Ratings, Moody's e a Standard & Poor's.

A grande questão é que um país não é uma empresa. Um país em teoria não vai à falência, mesmo que nas suas contas do deve e haver sejam desequilibradas, existem mecanismos de alguma complexidade que não permitem uma espécie de liquidação, como de uma empresa se tratasse.
Logo calcular ratings a estados-nações não tem muito sentido.
Por princípio está errado, no mercado concorrencial e aberto em que vivemos, esta pratica é brutalmente descriminatória. Por exemplo uma empresa que dê lucros e bem gerida, que cumpre a tempo e horas as suas obrigações a trabalhadores, fornecedores e ao estado onde tem a sua sede social, pode ter o azar de o seu estado estar com uma notação de risco baixa e daí pagar mais caro pelo seu financiamento. Ao invés de outras empresas, que podem até ser mal geridas, mas por terem residência num país com melhor classificação de risco, acederem a crédito mais barato.

Estas agências na europa colocaram um rótulo à franja de países com potencial mais incumpridor.
PIGS, designação em inglês para; Portugal, Ireland, Greece and Spain. Estes países são colocados no mesmo saco. E o agravamento das condições de um colam directamente aos outros.
Sendo a Grécia o pior, e com uma dívida pública monstruosa, à sua escala bem entendido, não se coibiu de realizar em 2004 os Jogos Olímpicos - Atenas 2004. Mais, desde dos anos 80 a Goldman Sachs (grande instituição financeira norte-americana) "ajudou" os sucessivos governos gregos a mascarar a sua dívida pública com o recurso a engenharias financeiras complexas.

Os governos destes países elaboram PEC's (verdadeiros pack's dos horrores) muito contorcidos para agradar a estas agências, indo buscar recursos às partes mais fáceis e mais fracas.
Primeiro nas áreas sociais e depois descriminalizando fiscalmente os que podem fugir às contribuições.
No caso português, o governo elaborou um PEC que para tal contratou uma empresa de consultoria privada. O PEC foi desenhado em primeira instância para as agências de rating, depois em segunda instância para os portugueses e para estes últimos fortemente penalizador.
Não há dinheiro e há que poupar! Diz o governo.
Há que gerir criteriosamente os recursos financeiros!
Diz este governo que gastou cerca de 600 milhões de euros em consultorias privadas. Ou mil milhões de euros nos governos PSD/CDS na construção de dois submarinos, que estão quase prontos a sair dos estaleiros alemães para estudarem a vida marítima dos golfinhos e baleias da costa portuguesa.
Há que conter os subsídios de desemprego, mas ao mesmo tempo, pagam-se dos melhores ordenados a nível europeu, aos gestores das empresas públicas, mesmo que mal geridas, mesmo que sob a alçada da justiça.

Em resumo e como resultado das notações destas agências o crédito fica mais caro e como os bancos não são instituições de caridade, transportam esse encarecimento para a economia.
Tendo os PIGS que viver com estes verdadeiros terramotos.
Sem esquecer a fiabilidade destas agências e como exemplo no ano passado a Standard & Poor's após ter classificado a Islândia com o rating mais elevado AAA+, dois dias depois o governo islandês anuncia ao mundo a sua falência.
Falta aos jovenzinhos dessas agências, o estudo de sociologia, filosofia e política, nos seus brilhantes currículos académicos.

Por isso e com todo o respeito, seriedade e credibilidade, é lhes dedicado este vídeo musical.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!