sábado, 31 de outubro de 2009

Corrupção Total


Nesta semana que finda e após o ciclo eleitoral que terminou, frenético diga-se, vem a lume uma monstruosa rede de influências que por cá já pairava, desde à algum tempo. Saltou à vista os intervenientes mais mediáticos, que pelos lugares que ocupavam, deveriam ser os mais responsáveis; Armando Vara e José Penedos & Filho, sem esquecer o "epicentral" típico self made-man, o empresário da sucata, Manuel Godinho.
Correm, já correram e irão correr rios de tinta sobre este caso, bem como a sua contra-informação. Por isso basta consultar a informação já existente.

Como é que isto é possível? Porque se pode.

Logo atrás da Itália, país das associações mafiosas familiares, na europa ocidental, somos o 2º país mais corrupto.
A corrupção, é um crime, difícil de comprovar na barra do tribunal. Não é por acaso, que Armando Vara, pediu € 10.000 em cash e urgente. Não ficam vestígios, nem rasto. Não há prova.

Não importante esquecer, que na 1ª fase, Polícia Judiciária e Ministério Público, melhorarem a sua eficácia na investigação. Tanto em documentação, como material de prova palpável, digno desse nome. Com a experiência se aprende.
Na minha opinião, falível, como qualquer outra, será na 2ª fase, nos tribunais e nos juízes, que toda esta matéria se diluirá. Terão que obedecer a uma legislação coxa e feita propositadamente para salvaguardar, com muitos subterfúgios, este tipo de situações.
Logo, tudo ficará como dantes.

É a velha mentalidade portuguesa, da cunha, da esperteza saloia de enganar o fisco, da vigarice.
Os pequenos, dizem até com alguma razão - Porque é que eu vou ser honesto, se os de lá de cima roubam à grande?

E assim, os que pagam e "não podem fugir", contribuem e pagam dois países ou mais. Apesar dos discursos dos restringimentos e das dificuldades, certo é que há muito dinheiro, mais do que se imagina. A grande questão é que ele circula em circuitos paralelos.
Nos idos anos 80, num país ainda com grande influência militar, dizia-se que o ministério da defesa tinha um saco azul equivalente ao orçamento de estado. Não tenho provas documentais é certo. Mas alguém as terá.
Esses circuitos paralelos mudaram apenas de mãos. Passou-se de umas rubricas contabilísticas para outras.
A somar os muitos profissionais liberais que não pagam impostos, porque, lá está, o sistema o permite.

É um forrobodó total!

Sem poupar na linguagem, por exemplo, o caso dos vários administradores do BPN que, literalmente foi sacar dinheiro às pázadas.

Dos carris dourados à face oculta, o que haverá ainda por descobrir?
Nunca como hoje, em Portugal, as máquinas trituradoras de papel tiveram tanto uso.
Vou apostar em Jorge Coelho - Mota Engil.
Vamos ser racionais e lógicos. Alguém se acredita que por ali se passa tudo numa transparência sacro-santa?
Esperanço e congratularia-me se a figura em questão tivesse já a ser seguida, investigada e escutada.

Falta a este País de gente conformada, o esmiúçamento do tenebroso lóbi de Macau do Partido Socialista com veias maçónicas pelo meio.
Tivemos um vislumbre através do livro de Rui Mateus (um desiludido) - Contos proibidos: Memórias de um PS desconhecido.

Esta vida já não conta, na outra vão arder no Inferno, no sentido metafórico da expressão.
Diz a Bíblia que a vida começa depois da morte.

5 comentários:

Diogo disse...

Talvez ajudasse criar uma Justiçopédia na Internet onde todos estes casos fossem seguidos passo a passo. Assim, todos poderíamos saber que juízes andavam a arrastar os pés e que provas descartavam.

Diogo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Diogo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Camarra disse...

Zorze

Eu por mim gostava de os ver pagar os seus crimes cá, não gostoria de ficar á espera de um hipotética punição noutro mundo.
Por outro lado a mentalidade é uma coisa que evolui a passo de caracol e enquanto os Chicos espertos deste mundo continuarem a ser admirados estamos mal.
Eu como sabes, levo muito a sério a gestão da "coisa pública" e isto tudo mete-me um nojo enorme.

beijos

Factor C disse...

Quando falamos de corrupção lembramos logo dos casos associados ao Governo, casos flagrantes e gritantes, só um cego é que não vê ou percebe o que se passa. Também existem outros casos, mais simples, mais restritos a determinados níveis.
Esquecemos facilmente esses casos, afinal estamos envolvidos, e passamos a frente. Será que há solução?
Vejam em Factor C.