Na passada quarta-feira estive à conversa com uma cliente/amiga. Sempre conversamos a correr e agora reparei que afinal ainda não a "conhecia". Ela é GNR à nove anos, para espanto meu. Como estava uma tarde calminha - não é vergar mola todos os dias - deu para nos alongarmos. E palavra puxa palavra a rapariga começa a desabafar que está de baixa com depressão devido às situações vividas no seu trabalho. Sabemos que a PSP e a GNR às vezes abusam, mas, uma coisa é certa, são mal remunerados - o grande problema português - têm horários malucos e o dia-a-dia de alguns é passado com as muitas misérias deste País. Dizia ela que antes de entrar de baixa estava colocada naqueles núcleos de apoio à vitima. E que o último caso dela tinha sido a violação de uma criança de 2 anos, repito, 2 anos pelo o irmão de 29 anos. Isto posso-vos dizer caros leitores não é só doença mental mas maldade cruel. Apesar de eu já ser uma pessoa que dificilmente fica supreendido, fiquei impressionado com a quantidade de casos só naquela zona a que ela pertence. Uma coisa é vermos nas noticias ou nos jornais, mas outra, é lidar com elas na realidade. E claro a consciência quebra. Reparei na lágrima fácil dela evidenciando um estado depressivo bastante acentuado. Tentei lhe explicar que ela tem que se desvincular daquilo quando vai para casa. Mas é fácil falar quando se está por fora. E mulheres espancadas! Sabia que é um grande problema, mas tantos! E o que vai por esse mundo fora ...
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Falavamos da nova medida governamental acerca da racionalização das policias. Esta esquadra da GNR passa para a PSP e esta da PSP passa para a GNR e por aí fora. Como já não tivessem tantas coisas para resolver sacam esta da cartola para dar a impressão de que se faz alguma coisa.
À poucos dias a comunicação social mostrou a situação da esquadra da PSP da freguesia de Corroios. Qual parque de campismo era mesmo uma roullotte. O dono de uma farmácia ali ao lado, como, gajo porreiro que é, disponibilizou-se para oferecer electricidade à referida esquadra - Eu tenho ali uma tomada livre e vocês podem ligar lá. Todos nós sabemos que o nosso País é fraco em recursos, mas isto, é uma questão de Organização e de Gestão. É surreal. Corroios é umas das freguesias com uma das maiores densidades populacionais do País. Quando os nossos responsáveis estiverem em alguma workshop promocional de Portugal e algum estrangeiro perguntar acerca do nosso famoso desenrascanço evitem falar destes casos, pois não ficavam bem e não era de bom tom. O nosso desenrascanço e o nacional-porreirismo acode a muitas situações, mas, vejam lá, vejam lá, pá. Com um bocadinho de bom senso organizativo pode-se conseguir melhor.
Só faltou outro gajo porreiro arranjar um grelhador para fazerem uns grelhados ou uma boa sardinhada enquanto alguém estivesse a aguardar a sua vez de apresentar uma queixa na referida esquadra.
Falou-se também da última alteração legislativa do Código Penal. Esforçando-me para não entrar em especulação barata, diz-se por aí que foi feita à medida do caso Casa Pia. Que parace, parece, essa é que é essa.
Pedro Namora, que podem dizer que é isto ou aquilo, mas que para o caso é irrevelante, foi ao Jornal da Tarde da RTP1, aquando, da tal alteração mostrar a sua opinião e que eu concordei na íntegra (peço aos meus carissímos leitores se conseguirem o link desse vídeo que mo enviem), ele perguntou:
- Quais os nomes dos legisladores ?
- Quem interesses servem ?
- Com que fim ?
Vivemos num mundo complicado, ou, talvez não.
3 comentários:
Zorze
Se todos fossem Pedros Namora, essa gentalha já estaria julgada e a dormir nos calaboiços.
O caso sofreu uma agravante com as declarações do senhor Bastonário da Ordem dos advogados, que veio publicamente defender a tioria, da cabala para decapitar a direcção do PS,sabendo ele que o processo está em segredo de justiça.
Acontece que, os pedófilos ficaram a bater palmas, de contentamento.
Sobre qualquer (farda) não me prenuncío limito-me a conceder-lhes o meu benefício da duvida, mais tarde poderemos falar sobre o assunto.
Abraço
José Manangão
Pois é, caro Zorze, a pedofilia é uma coisa terrível, mas ambos sabemos que é história velha com roupas novas.
Desde tempos imemoriais que as classes verdadeiramente altas vivem os seus prazeres (imorais ou não) com total impunidade, pois é próprio da corrupção que os sustenta e alimenta diariamente.
No caso da pedofilia, era frequente já nos tempos e locias desses berços da civilização ocidental, como a Grécia e no Império Romano em geral.
Não existe nenhuma novidade, por assim dizer, que um orfanato/instituição social/hospital pediátrico/escola seja alvo de olhares gulosos desse género de degenerados, havendo claro influências a mover e dinheiros ou outras compensações a pagar aos responsáveis das ditas instituições.
Não só não é novo como não é chocante, infelizmente.
Certamente que é imoral, repugnante, profundamente nojento e de uma debocheria indescritível que adultos obtenham prazer desflorando crianças, desde o recém-nascido até ao quase maior-de-idade.
Mas é um reflexo somente da sociedade da informação que agora todos saibam com certezas o que dantes apenas suspeitavam.
E é proibido? É.
Mas pode-se fazer? Pode.
E o que lhes vai acontecer? Nada.
Se pudessemos deportar estes tipos todos (pedófilos, corruptos, legisaldores a soldo deles e quejandos) para o Irão (onde já sabemos não haver homossexuais :) ) é que o país andava para a frente.
Não sei é se, depois disso, ainda haveria quorum nos organismos estatais para aprovar leis...
Um abraço, amigo.
Pois é Zorze, é uma realidade muito dura, uma realidade em que as drogas, o álcool, as desigualdades sociais cada vez mais levam a situações de degeneração. Nascem animais e continuam animais, não existe uma evolução por assim dizer. Compreendo muito bem o caso dessa tua amiga, a revolta que ela sente, não pelo situação passada mas por não poder agir em conformidade, não poder actuar de maneira que NUNCA mais esse degenerado visse a luz do dia. Mas como diz o amigo Soontir Fel, isto já se passa desde tempos imemoriais e infelizmente deve continuar até que consigamos atingir uma capacidade de entendimento, uma evolução tal que a mente se sobreponha ao corpo. Até lá, esperamos que situações destas sejam cada vez mais raras.
Abraços do Arq.
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