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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Jardim Gonçalves & Companhia


Jardim Gonçalves é considerado o pai da banca privada portuguesa, foi o homem escolhido por um conjunto de accionistas privados para a fundação de um banco privado, aquando na época toda a banca portuguesa era estatal. Em 1985 nasce o BCP - Banco Comercial Português, que se iria tornar o maior banco privado português, chegou a estar posicionado no número 453, na lista Forbes, das maiores empresas do mundo.
O ressurgimento da banca privada em Portugal, surge de um aproveitamento de um caso muito peculiar, bem manipulado e extrapolado, o caso Dona Branca.

"Desde cedo, começou a sua prática "bancária": guardava o dinheiro da venda de varinas ao longo do dia recebendo ao anoitecer uma pequena compensação pelo "depósito". Destacou-se pela sua honestidade e carisma, e passou a ser solicitada também pelos vendedores ambulantes. No decorrer dos anos 50, com a politica Salazarista, em que reinava a pobreza nacional, torna-se numa pseudo-bancária quando iniciou a sua actividade clandestina. Estrategicamente, começou a atribuir juros a quem lhe confiasse as suas economias, tanto maiores quanto mais elevadas fossem. Utilizava bastante bem o esquema em pirâmide. Assumiu posição diferente à da Banca e da técnica bancária: recebia depósitos acrescidos de 10% de juros a quem aplicasse as suas poupanças e concedia empréstimos a juros elevados. Esta medida foi crucial para a sua expansão da sua actividade e renda.No ápice, fosse rico ou pobre, pescador a empresário, todos recorriam à "Banqueira do Povo" como passou a ser conhecida."
(fonte wikipédia)

Este caso, ocorrido em 1984, foi o mote para justificar a privatização da banca, somando o facto de que Portugal entraria em 1986 na C.E.E. .
O BCP sob a gestão de Jardim Gonçalves, vai crescendo e ganhando cada vez mais respeitabilidade no mundo da finança. Absorve através de OPA hostil o desaparecido BPA - Banco Português do Atlântico e mais tarde o Banco Pinto & Sottomayor, despojos da aventura bancária da família Champalimaud.
De facto, o BCP trouxe inúmeras inovações ao semi-estagnado sistema bancário português, muito se aludiu à sua eficiência e daí aos seus resultados.
Embora, o seu líder - Jardim Gonçalves - figura quase endeusada, principalmente, no foro interno do grupo financeiro, seja uma pessoa de bom trato, de relação educada e cuidadosa para com os seus colaboradores, não implica que por outra maneira, tenha imprimido uma mentalidade, que através das suas cadeias de comando, de uma obstinada demanda de cumprimento dos objectivos propostos. O sucesso do BCP, basicamente, são das pessoas que lá trabalham, que sob um chicote psicológico faziam e fazem das tripas coração para a obtenção de resultados.
A suposta eficiência, deriva de softwares mais sofisticados, processos administrativos copiados de economias de sangramento, em suma, foi a exploração até ao cruto da cabeça dos seus funcionários a base desse sucesso. Os divórcios, os suicídios, as horas roubadas à família e algumas/muitas pessoas que ficaram avariadas da marmita irremediavelmente não são contabilizáveis nas contas do banco. Este tipo de filosofia, de exploração contaminou todo o resto da banca.
Essa bitola, que começou nos meados dos anos 80, foi imperando em todo o sistema.
Explorar os recursos, até saírem em macas para a ambulância, alguns nem chegam a tanto, dá-lhes um ar e no momento, vão-se para a outra margem.

Uma das inovações do BCP, foi a criação de um sub-banco, a Nova Rede, a qual muitos portugueses aderiram. Essa estratégia, foi designada por segmentação. Não mais era, do que encaminhar a populaça para balcões de atendimento em massa e indiferenciados e os clientes mais "gordinhos" em agências BCP, cheias de requinte, alcatifadas e com mobílias de outrora reis. O portuga médio quando entrava numa dessas agências ficava intimidado, inconscientemente accionava o seu complexo de inferioridade crónico, o mais afoito, ia até ao balcão e perguntava, era para abrir uma conta, ao qual a menina muito educadamente lhe respondia automaticamente, para abrir conta é na Nova Rede, ao nível dos pensamentos, lembrava o mantra dos seus superiores hierárquicos, a ralé manda para a Nova Rede.

Em 2008, o banco começa a entrar nas ruas das amarguras noticiosas. Estes senhores ligados à religião, mais propriamente, à Opus Dei. Dizia-se até que o BCP era o braço financeiro da Opus Dei em Portugal, não sei porquê.
A aposta no mercado grego, também se mostrou ruinosa.
Nessa altura grassa uma luta de poder pela liderança do banco, a secção maçónica lusa do partido socialista, consegue colocar dois dos seus afilhados, Carlos Santos Ferreira, como presidente e Armando Vara, como vice. Este último deu-se mal com as ligações ao sucateiro Manuel Godinho, que por não ter trocado de telemóvel quando um infiltrado na PJ os tinha avisado de que estavam sob escuta.
Muito ajudou, à caída dessa administração, uma outra figura misteriosa, Joe Berardo, nomeadamente, pelas denúncias. Que jogo ele estaria a jogar?
Mas as vigarices, que vieram a público são demais, a serem verdade, denotam uma total desfaçatez e um completo desprezo pelas leis da República.
O empréstimo do filho de Jardim Gonçalves para aquisição de acções do BCP no valor de 12 milhões de euros foi colocado, contabilisticamente, em incobráveis, ou seja, mais do que um perdão, a dívida simplesmente desapareceu. Perante a denúncia, o pai assumiu a dívida, de outra maneira, se não fosse denunciada, a dívida ficaria derretida nas contas do banco.
As engenharias financeiras, nas quais se conseguem alocar prejuízos enormes, numa rede labiríntica de múltiplas empresas com sedes sociais em offshores e dessa forma apresentar lucros e daí justificar chorudos prémios de boa gestão, quase tudo é possível.
Por outro lado, quando os bancos apresentam os seus resultados, aquilo pode ser tudo mentira.

Receio, que o Ministério da República Portuguesa, não tenha em seus intervenientes, capacidade e o agreement suficientes para segurar estas denúncias no processo em que acusam.
Até aposto de caras, que a moenga não vai dar em nada.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Santo Agostinho - Anjo da guarda


A morte não é nada
Apenas passei ao outro Mundo
Eu sou Eu, Tu és Tu
O que fomos um para o outro, ainda somos.
Dá-me o nome que sempre deste
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom a um triste ou solene
Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.
Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.
Que o meu nome se pronuncie em casa
Como sempre se pronunciou.
Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.
A vida continua significando o que significou:
Continua sendo o que era.
O cordão da união não se quebrou
porque eu estaria fora dos teus pensamentos,
Apenas porque estou fora da tua vida?
Não estou longe
Somente estou do outro lado do caminho,
Já verás, tudo está bem
Redescobrirás o meu coração
E nele redescobriste a ternura mais pura
Seca as tuas lágrimas e se me amas.
Não chores mais.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Freak show tuga


Na zona de Torres Vedras, mais propriamente na aldeia da Carqueja, alegadamente ocorreram três homicídios, presumivelmente efectuados por Francisco Leitão. Num país pouco habituado a serial-killers, emerge um bimbo/psico -killer.
Ao que parece de motivação passional, de ciúme e de possessão. Alegadamente teve relações homossexuais com os jovens que seduzia. A questão complicou-se quando esses alegados jovens tinham namoradas e assumiam orientações hetero-sexuais, mas a coisa não foi bem assim e teve muitos pormenores à mistura.
As vítimas, têm vários pontos em comum, são oriundas de famílias pobres, tinham fraca formação escolar, tinham um historial de "fugas de casa" e daí facilmente manipuláveis.
Certo é que os corpos ainda não foram encontrados, a prova essencial do crime.
Se tiver dinheiro de parte, o alegado homicida, contratará um bom advogado, se não, e pelos contornos mediáticos que o caso reclamará no futuro, haverá decerto, jovens advogados sequiosos e ambiciosos que os holofotes trarão, numa lógica de "the best that money can buy".

Um advogado mais ardiloso, irá sem dúvida, seguir a estratégia da negação e posteriormente a da alegação de insanidade mental. Os vídeos que o presumível homicida publicou no Youtube podem - imagine-se - ajudar a essa estratégia.
Na nossa legislação penal, muito intricada e onde ninguém respeita as leis, a comprovação de insanidade tem a capacidade de redução de penas e no limite, a absolvição. Quando a insanidade não é passível de ser comprovada, por mais juntas médicas que se reúnam. Qualquer um pode alegar insanidade e nela se esconder.
Diferente dos casos de crimes negligentes por ingestão de substâncias que comprovadas cientificamente como; drogas, álcool e medicamentos, provoquem estados alterados da consciência. Apesar de tomados conscientemente.
Por isso, a questão da insanidade, tem de ser reconsiderada pelo legislador. O insano não pode ser inimputável, pelo simples facto, de que ninguém o pode provar.
Por outro lado, receio, que tanto no Ministério Público, tal como na Polícia Judiciária não hajam pessoas com as valências necessárias para a desmontagem deste tipo de insanidades e discursos inconsistentes/incoerentes.

O vídeo em baixo e para quem tem olho, bastam 20 segundos, para se perceber que o indivíduo não bate bem da cassuleta, com poucos recursos linguísticos, repete as palavras e frases de sete e quinhentos que aprendeu, umas das melhores "Nós não queremos que o mundo acabe!", ou perante o anúncio de um terramoto em Portugal, a medida mais urgente a tomar "...para evitar o terramoto que vai destruir 76% da costa portuguesa, as pessoas têm de retirar os bens...", no Youtube, tem dos mais variados vídeos, com efeito reverse, a apelar um suposto magnetismo transcendental. Descontando a gravidade das situações ocorridas, aquilo é demais, é uma mistura de trágico, cómico e surreal.

Mas este caso, é um pequeníssimo alerta para os nossos meninos 007's do temível S.I.S., olhitos bem abertos, o.k, é o meu conselho avisado.
Com a degradação das condições sociais, abrem-se campos vastíssimos, para a actuação de oportunistas nestas áreas.
A capacidade de influência aumenta proporcionalmente, conforme a formação académica, capacidade de impacto emocional e experiência para-religiosa dos candidatos a gurus.
Principalmente nos grandes aglomerados urbanos, populações desenraizadas, gente cheia de cicatrizes não saradas ao nível mental e emocional... São alvos fáceis e altamente manipuláveis, a quem lhes aponte uma suposta luz.
Vejam Jim Jones, David Koresh, Filles du Soleil e Shoko Asahara da seita Aum - Verdade Suprema, são exemplos evidentes nos quais, o fanatismo em geral pode desaguar, suicídios em massa e tragédias de outra ordem de dimensão, obviamente.

Mas, eles "andem" aí...

domingo, 18 de julho de 2010

A lógica ilógica


A lógica existencial em que vivemos em conjunto, a lógica demencial da rentabilidade.
Os idosos, os desempregados, os enfermos, os excluídos sociais, as crianças "ainda não produtivas" e tudo o que não seja rentável, está descartado desta lógica vivencial.
Esta é a lógica do colapso, e já estivemos mais longe!

Muito boa gente fala da crise, desta crise... Mas este mundo, onde estamos todos ligados, sempre esteve em crise.

Na parte financeira, um bode expiatório, normalmente a parte mais fraca, normalmente o mexilhão, Jérôme Kerviel um; trabalhador, funcionário ou colaborador..., conforme a disposição ideológica de cada um, foi acusado da maior fraude bancária da europa.
Em Janeiro de 2008, as suas apostas implicaram perdas à volta de 5 mil milhões de euros à Société Générale, o banco francês logo se pôs em contigência comunicacional, ninguém sabia de nada.
Ostracizaram o trabalhador, funcionário e colaborador e mantendo os mantras do rigor e da transparência.
Só que o pujé, sem o salário, lança um livro, em que no essencial diz que tudo continua na mesma e que tudo o que fez, foi com o conhecimento dos vários patamares hierárquicos no banco em laborava. Como em todo o mundo, a insanidade financeira continua, apesar das máscaras do rigor e da transparência.
Estes "pormenores" são brutalmente incentivados e muito bem pagos, quando a coisa corre mal, é fácil queimar jovens oportunistas e imbuídos de ambição.
Nick Lesson, teve um azar tremendo, o terramoto de Kobe, em Janeiro de 1995, que leva os mercados asiáticos ao desespero, levando o banco Barings ao colapso.
Como também, Yasuo Hamanaka, outro grande perdedor, causou perdas de aproximadamente de 2.6 mil milhões de dólares ao longos de dez anos em operações não autorizadas no mercado de cobres em Londres.
Às vezes o sistema avaria...

Em Portugal, onde a doença mental, atinge os maiores níveis da europa, a outrora sedutora. O país encontra-se com uma "prevalência altíssima" de 43% de portugueses que sofreram de perturbações mentais ao longo da vida, sem contar com os não-contabilizáveis por uma constante desoneração dos vários ministérios da saúde, ou seja, outros tantos que andam por aí e não diagnosticados, e desses, muitos disfarçados com máscaras sociais e comportamentais, pululam em cargos públicos e alguns de chefia.
Pela regra da proporcionalidade, no governo, na assembleia da república e em todos os cargos descendentes, teremos por amostragem níveis elevados de retardos mentais em lugares executivos. No privado o mesmo percentual.

Daí, se perceba, que eles não sabem do que falam, navega-se à vista, dia-a-dia. No parlamento enquanto se fecham entre eles, com o absoluto desprezo de um povo iliterato, fazem exercícios de quem tem o Q.Izinho mais espertaniço. Complementados com os especialistas da política.
Falam do tudo e do nada, ou seja, falam do que não sabem. Atiram para ao ar, especulam, descontextualizam e alimentam larachas do politicamente correcto.
Inocuidades sobre inocuidades.
Falam de neo-liberalismo, de ultra-liberalismo, de ideais fascizantes e de extrema esquerda.
Eles não sabem o que fazem, e não sabem do que falam, pois até se contradizem, nas suas parcas ânsias de pensamento.
Perdoai-lhes, pois eles não sabem o que fazem e do que falam... amadores e políticas em cima do joelho!

No começo, destas ideias, na Revolução Francesa, com o signo "Fraternidade, Liberdade e Igualdade", nascida em pura contradição. Fraternidade, quase zero.
E onde há liberdade, não pode haver igualdade, sendo o contrário também verdade.
A matriz nasce de base errada... logo muitos dedos em riste, não saibam que gritam matrizes ideológicas contraditórias por natureza de ordem.
E a maior parte destes seguem as directrizes das organizações supra-nacionais, as que verdadeiramente mandam e as quais os mass-media fogem como o diabo da cruz, pois há uma lógica por detrás.

Quando a coisa é mais simples do que parece, basta ser e fazer as coisas certas, dentro de uma lógica de saber-fazer, ética e bom senso.
Mas isto é chinês, para muita boa gente...



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

terça-feira, 13 de julho de 2010

"Daa" look


Entrando numa rua para se estacionar, aos primeiros lugares vazios não se arrisca, estaciona-se ao primeiro lugar, sem ver, mas contemplando a intenção de estacionar.
Só que depois, constatamos que afinal, havia mais lugares vazios, bem mais perto do nosso objectivo.
Quando, às vezes, nos sentimos com a sorte, sem entender que o azar vem por debaixo e a fazer figas, arriscamos. Passamos e desprezamos os primeiros lugares vazios e com toda a confiança de roleta de casino, esperamos, com toda uma certeza naif ou de previsão, que estará lá, um lugar à nossa espera.
Complica quando estão todos ocupados e daí, nos obriga a dar mais outra volta.
Também se pode inventar e deixar em cima do passeio ou em segunda fila, mas acaba-se por ser multado. Por isso certos arrojos, acabam por ficar mais caros, do que à primeira vista se calculava.
Um bom porto de abrigo, é aquele lugar, mesmo que um pouco mais longe, mas debaixo de um salgueiro, à sombrinha e dessa forma mais fresquinho.
Pois em tempestades violentas, árvores fortes e grossas, se quebram, quando simples salgueirinhos que não lutam contra o vento, mas antes, dançam com o seu vento, sobrevivem.
Existem todos os tipos de ruas, com agendas marcadas, mas com espaço para um mais novo desconhecido.
Daa look...
Em cada nova rua, temos de procurar novos lugares de estacionamento e sempre com cuidado para não magoar e sem deixar réstia de mágoa.
E com as certezas "pinçadas" em dúvidas, essa é, das partes mais fascinantes da vida.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Start me up


Sobre Portugal, nos últimos dias paira uma onda de calor, que pode ser designada, por ser demais. É muito calor, demais!
Calor esse que afecta as cabeças, a mental-somática e o Abreu.
O Abreu fica, loco, loco! Nem as pode ver... tão descascadas, as bilhas de sonho. Um pézinho a bater numa sandalinha ou num chinelinho, um rabinho daqueles e não dá para resistir. E são tantas e andam tão bonitas, se calhar é do rímel derretido da fornalha energética.
Mamma mia!

O mundo continua a rodar no seu eixo todos os dias, com os seus infernos paralelos diários, mas os prazeres físicos não se deixam de manifestar, tanto no corpo, como no espírito.
No contexto espiritual, incubus e sucumbus, andam de rédea larga e influenciando tudo.
De relações que por vezes, nos dias seguintes, se transformam em ralações, mas a gente gosta muito e esse é um dos cernes da nossa existência, mesmo que torcido, são os handicaps existenciais e ninguém se escapa deles.
Não é por acaso, que se se entrar numa matriz filosófica da questão, em que nada é por acaso e tudo está destinado, mas desconfiando, a psicologia moderna - tal como se gosta de chamar - o indivíduo se deva casar após os 40 anos de idade, já maduro e afim de evitar stresses desnecessários. Para quem esteja neste grupo, pode dormir de consciência tranquila e mesmo assim... escondendo ralações varridas para debaixo do tapete. É aí que a vida, essa grande mestra, nos dá as maiores lições.

Mas quando se está no jogo do meio, comete-se o acto, porque é muito bom e está programado no nosso ADN, comete-lo. A ralação do dia seguinte, é como tudo na vida, quantas mais vão acontecendo, mais nos vamos desenrascando em nos safarmos, sem deixarmos karmas por resolver, essa é uma das intenções meio ingénuas, fazendo de conta, que coiso e tal... e tal.
Adiante e como se nada tivesse acontecido. E de facto, nadamos afogados.

O calor é infernal... e depois acontecem surpresas! Ai, ai... E depois o Abreu é que é o culpado!
O calor faz star me up, neste condomínio diablo que partilhamos pacífica e violentamente.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Contratação de João Moutinho


João Moutinho, ex-jogador do Sporting transferiu-se para o F.C. Porto. Óbvio que a notícia apanhou de surpresa, o mundo que acompanha o futebol.
Na indústria do futebol, ou na, mercantilização do futebol moderno, como se queira chamar, está subjacente a lógica da vida.
Não vale a pena romances do tipo " amor à camisola ", isso já era!
A maior parte dos jogadores de futebol, faz das tripas coração, para ganhar o seu sustento e dos seus. Nisto existe uma elite de talentosos na área que ganham muito dinheiro e que também fazem pela vida, como é natural.
Eu faria o mesmo, se aparecesse outra empresa, a oferecer-me mais dinheiro pelo que eu faço, eu ia na hora! A empresa que vende o espírito da camisola, é a mesma que despede sem contemplações, outros que mereciam, sem dúvida, mais respeito e consideração.

São muito tristes as declarações do Presidente de Sporting, a coisa correu mal, tudo bem. Mas não devia ter tornado pública a sua frustração, levando na emoção do momento o seu director desportivo, Costinha.
Que com a sua experiência globe-trotter no mundo futebolístico não tem moral em falar em formação de homens.

Já me cruzei com João Moutinho, por duas vezes, e é um rapaz, sim senhor! Faz pela vida e muito bem.
Que tenha muita sorte no F.C. Porto e principalmente, que ganhe asas!

José Bettencourt, caralho pá! Sabes que ao declarares públicas essas afirmações estás a manipular a maralha adepta. Põe a mão na consciência, caralho!

O futebol tem cada vez mais adeptos. Eu sou adepto do S.L.Benfica, o Glorioso!
Mas sei ver o futebol e toda a essência em que nela se reveste, como muitos milhões a vêem também, sem estarem cegos por uma doentia clubite.

E são esses que pagam, cada vez mais, pela qualidade... e que não se revêem por estúpidas declarações que põem em causa o nome Sporting.
Rival, quer-se, mas com honra!


sexta-feira, 2 de julho de 2010

A competitividade e seus mantras

O mantra da competitividade é de uma falácia totalmente ridícula. Uma auto-instituída lavagem cerebral em curso, digamos que no ponto de hoje, com grande relativo sucesso.
Vem de um discurso padronizado, de um politicamente correcto, fruto da maior hipocrisia latente e enviuzada.

Os analistas que se gostam de ver e ouvir, nos telejornais e que amplificam seus egos auto imaginando-se de certezas verdades, fazem análises próximas do zero, verdadeiras inocuidades, inexistências puras de pensamento. Houvesse quem lhes explicasse que cada vez existe mais target, que lhes-dá credibilidade zero.
Os seus argumentários são vestidos de uma mentalidade vazia de nada que talvez convençam o gnomo verde da floresta encantada.

O mantra da competitividade, repetido vezes sem conta pelo ex-governador do Banco de Portugal - Necessariamente, há que reduzir os salários!
Se os salários são uma espécie de medição de competitividade, isso significa que a fortíssima economia portuguesa é mais competitiva que a economia norte-americana. É que o salário do responsável da política monetária norte-americana é mais pobre do que o responsável português.
Falar em produtividade e competitividade para estas ilusórias inteligências é a redução dos salários, apenas e só.
Num país em que ser administrador de empresas, é via directa para se obter rendimentos, de sobremaneira competitivos, bem acima da média da União Europeia, principalmente em empresas públicas que dão sistemático prejuízo, como a CP, RTP e os CTT em tempos. Ou seja, mesmo que a gestão seja danosa, para o bem público, não fica dispensado de prémio público traduzido em numerário.

Portugal, precisa de gente que saiba organizar e trabalhar, que saiba prospectar novos mercados, que saiba vender o seu produto.
A jusante, fabricar um produto de qualidade, a montante que saiba coloca-lo no mercado.
Este país perde-se em reuniões, mais reuniões para agendar uma próxima reunião. A psicose da reunião, mostra o nosso ADN, o da falta de decisão e quem se responsabilize por ela.
Por isso se empurra com a barriga para a frente, de reunião em reunião, de inocuidade em inocuidade.
Adia-se, dilatam-se prazos e o país não avança.

Na união europeia, Portugal é um dos países com a média de salários mais baixos, onde na legislação laboral - outro mantra - já é fácil despedir, individual e colectivamente, a par com uma legislação comercial onde também é fácil abrir falência com a insana virtude de ninguém ficar responsabilizado e com um Estado que não protege as mãos cheias de trabalhadores atirados ao desemprego.
Onde se fala competitividade, quer-se falar em margens de lucros, porque competitividade e produtividade são outra coisa que não se debate a sério, seja por falta de vontade ou porque as margens de lucro são boas ou quiçá os prémios de gestão são bastante chorudos, claro que sem esquecer, à conta de milhares de salários baixos.

Portugal, é sem dúvida, um país descompensado e mal pensado. É essa a nossa miséria consciencial.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!