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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Máfia de branco


Comecemos por este pequeno exemplo, para caracterizar a máfia de branco, sem não esquecer os médicos que fazem das tripas coração, para; ajudar, curar, melhorar a qualidade de vida e minorar a dor. O problema são OS OUTROS, cada vez mais organizados, com crescente poder de lóbi lado-a-lado com os gigantes da indústria farmacêutica, em que a pessoa humana, não mais é do que gado, seja para ganhar mais dinheiro, seja para experiências.

Segundo um email que recebi no qual tenho convicção profunda de andar muito próximo da realidade, refere que no Hospital da Nossa Senhora do Rosário no Barreiro, um médico oftalmologista espanhol, José Antonio Lillo Bravo, realizou em seis dias 234 cirurgias a doentes com cataratas, algo que está a indignar a Ordem dos Médicos. Os preços praticados são altamente concorrenciais , tendo sido esta a solução encontrada pelo hospital para combater as listas de espera. O paciente mais antigo já aguardava desde Janeiro de 2007. No ano passado chegaram a existir 616 novas propostas cirúrgicas em espera naquela unidade de saúde. Os sete especialistas do serviço realizaram apenas 359 operações em 2007 (numa média de 50 por médico). No final do ano passado, a lista de espera era de 384 pacientes, e foi entretanto reduzida a 50 com a intervenção do médico espanhol.
A passagem pelo Barreiro durante o mês de Março, foi a segunda experiência em Portugal do oftalmologista, detentor de duas clínicas na Extremadura espanhola. Entre 2000 e 2003 já havia realizado 1500 operações no Hospital de Santa Luzia, em Elvas, indiferente às críticas de que diz ser alvo dos colegas portugueses "Eu percebo a preocupação deles e sei porque há listas de espera tão grandes em Portugal. É que por cada operação no privado cobram cerca de dois mil euros", em entrevista ao DN, o oftalmologista espanhol inscrito na Ordem dos Médicos portuguesa, que cobrou 900 euros por cada operação realizada no Barreiro.
As 234 cirurgias realizadas no Barreiro, por um total de 210 mil euros, foi o limite possível sem haver necessidade de abrir um concurso público, sendo que o médico espanhol, apenas fez deslocar a sua equipa, o microscópio e o facoemulsificador. O hospital disponibilizou um enfermeiro para prestar apoio.

Ainda há poucos dias o Observatório de saúde português conclui no seu relatório, que para uma consulta médica havia listas de espera que ultrapassavam os 1000 dias, a que logo veio a seguir, qual virgem ofendida, a ARS - Administração Regional de Saúde do Norte, muito ofendida e a declarar que "vai" processar civil e criminalmente, o tal Observatório, que apenas recolheu a realidade dos factos.
É que nas listas de espera, perde-se tempo, quando o tempo é curto, para melhor qualidade de vida, alguma dignidade existencial e em muitos casos, morrem pessoas...

Prestar um mau serviço público é rentável, "empurrando" o paciente para onde vai pagar mais numa clínica privada do que numa unidade de saúde do estado.
São conhecidas as filas, que começam às 5 da manhã, por idosos doentes e debilitados para conseguir uma mísera consulta médica, na perspectiva de serem atendidos quando a médica chegar lá por volta das 10h ou 11h, porque antes ainda teve de passar pelas clínicas onde tem clientes mais rentáveis. Não nos esqueçamos do desbaste do erário público, principalmente, através da A.D.S.E. que tudo paga a estes mercenários da "saúde". Foi "chular", é o termo correcto.
Perante isto, fica-se muito espantado, quando se contratam, médicos da Colômbia, de Cuba e da Costa Rica, para trabalharem a tempo inteiro em unidades de saúde do interior do país, e com a probabilidade elevada, de trabalharem com mais motivação, mais atenção e carinho pelos pacientes. São muito bem-vindos, e mais importante, são muito precisos.

Outros especializaram-se em levar os pacientes a cirurgias, quando não são precisas. Obviamente, ganha-se mais dinheiro a efectuar uma cirurgia, do que seguir uma terapia não invasiva e muito menos onerosa para o paciente, que nas mãos erradas, o paciente passa a ser um cliente mensurável em património financeiro.

A questão do tráfico de orgãos humanos, ondem existem cada vez mais "esquemas", em que se chega a matar, ludibriar e iludir, aproveitando desvantagens sócio-económicas. Como há poucas semanas foi notícia, um jovem chinês que deu, literalmente, um rim para adquirir um iPad e um iPhone. Ou o clássico, um indivíduo (normalmente jovem e saudável) acordar, numa banheira cheia de gelo, num qualquer hotel rafeiro, e se forem simpáticos deixarem um telemóvel e um post-it escrito - Liga para o 112.

Quem cura esta sociedade, absurdamente patológica?

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