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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tragédia Grega


Tragédia grega, fado nosso, que vai cavando o fosso, num sentido figurado, o local global para onde se empurra o mundo em geral. Não são variáveis ao acaso... que rolam por aí.

O "sim" do parlamento grego a mais um plano de austeridade, não mais é, do que um alívio momentâneo aos seus credores, na verdade, é adiar a bancarrota eminente, em sua forma formal.
Redução da massa salarial a olho e de forma cega, estagna o comércio e a produção industrial, bloqueamento de novos investimentos via crédito bancário, gera mais incapacidade de as famílias cumprirem as suas obrigações financeiras, diminui o cabaz de importações que noutros lados são exportações, estimula a revolta social e na base atrofia o crescimento necessário para pagar os empréstimos colossais, que servem para amortizar dívidas velhas e pagar salários que se vencem todos os meses. Obviamente que a Grécia não vai conseguir pagar, porque e não são precisas grandes teorias económicas, na verdade não há como!

Tal como, outros países europeus, dentro de um efeito dominó irreversível. Facto que os média escondem, pois hoje, estão cada vez mais concentrados em meia-dúzia de grandes grupos de comunicação social com sucursais espalhadas um pouco por todo o mundo. A informação obedece a uma cartilha dum politicamente correcto bacoco, de vacuidades e de injecções tremendas das pseudo-vidas dos famosos, compensando assim, o vazio de milhões de escravos que apenas vivem o dia-a-dia do trabalho/casa/trabalho, iludindo uma espécie de vida de sonho, uma esperança a alcançar.

Portugal é o país que está na forja, para o dia seguinte ao colapso eminente e evidente da Grécia, que o seu novo governo recém eleito de "wonder boys" ilude o marasmo geral da população que sem saber muito bem a gravidade da realidade, a compara, como por exemplo, uma qualquer tele-novela. É tipo, isto é meio a brincar ou isto é que vai uma crise!

A grande falácia dos planos de austeridade é a competitividade, cada uma com a boa nova que é para o bem geral, na realidade sucedem-se uns aos outros, com o agravamento dos índices gerais das sociedades onde são aplicados, evidência factual. Ao mesmo tempo que se incentiva a poupança. Significa o mesmo que cortar uma perna a um indivíduo e convencer-lhe que agora pode correr ainda mais, sendo positivo, dinâmico, pró-activo, motivado... e mais competitivo. Só que ao pé-coxinho. Afinal para que é que precisas de duas pernas? Lambão ...!

Desse modo, fomentou-se a ideia de que os serviços públicos são ineficientes e que privatizar é solução. O que acontece, verdadeiramente, são boas gestões ou más gestões, boas organizações ou más organizações. Com o conceito da rentabilidade e lucro pelo meio, sendo o vírus, a corrupção generalizada.
Nos países nórdicos, a banca em geral é estatal, até existem farmácias públicas, imagine-se! Com elevados índices de eficiência. Afinal, é a competitividade ou é uma efectiva cultura colectiva assente na ética? Fica-se baralhado...

A Grécia prepara-se para privatizar o quase que resta do que é público, vendido ao desbarato, directo para os que lhes financiam ou seus representantes, fazendo lembrar a crise de 1929, quando uma certa elite, comprou a preços de saldo, de desesperados; fábricas e grandes quintas agrícolas. A história repete-se, numa escala maior, compram-se países, aos bocados e barateiros, com a corda na garganta.

Sou de crer, que o parlamento grego, deveria ter chumbado hoje o plano de austeridade, evitando o adiamento do choque térmico inevitável. Mas as profecias não fui eu que as escrevi.

O futuro... esse ninguém sabe! Mesmo que teorizado, os factores aleatórios são quase infinitos.



Chaka Khan - Ain't Nobody

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Tempestade Perfeita


Actualmente, a América do Norte tem 7,5% da população mundial e 30% do PIB, a Europa cerca de 5% da população e 30% do PIB mundial, a Ásia tem também cerca de 30% do rendimento criado em todo o mundo e 60% da população do planeta. Este reajustamento ou pressão vai continuar, pelo lado asiático com fortes crescimentos económicos anuais, a subir na percentagem do PIB mundial, tal como os países que lhes sobram os restantes 10% do PIB, África e América Latina, por contrapartida da estagnação e até redução dos dois blocos económicos América do Norte e Europa. Deste caldo prestes a entornar, está principalmente a Europa, que vê a crescente incapacidade de manter a filosofia do estado social que criou a partir da 2ª Guerra Mundial.

Com crescendo contínuo, a Ásia, liderada pelos seus dois gigantes, China e Índia, criarem excedentes financeiros colossais e que para terem valor, foram investidos na dívida pública norte-americana, que acabou por ter um efeito perverso, uma espécie de vírus a circular nas veias do sistema financeiro.
Os banqueiros e traders norte-americanos sempre com sede de dinheiro e com índices elevados de ganância, começaram a constituir fundos de fundos, inventaram ainda mais fundos investimento de coisas absurdas, criaram fundos cotados na base de créditos a estudantes universitários e a créditos habitação de risco na crença da eterna valorização imobiliária. Quando as pessoas deixaram de pagar os seus créditos hipotecários por incapacidade financeira, o mercado imobiliário foi inundado de imóveis devolutos, à qual e impiedosa lei da oferta e procura, fez com que os imóveis desvalorizassem e por consequência muitos fundos de investimento começaram a ruir, levando alguns bancos a colapsarem. Esses fundos já tinham sido vendidos um pouco por todo o mundo, criando prejuízos irreparáveis, também um pouco por todo o mundo.

Já em 2005 o economista Nouriel Roubini afirmava "o preço dos imóveis residenciais surfava em uma onda especulativa, que brevemente faria afundar a economia", foi apelidado de Cassandra, hoje é considerado um génio. Hoje afirma que se está a formar a "Tempestade Perfeita" com base na crise orçamental dos E.U.A., no abrandamento da economia chinesa, na reestruturação das dívidas na Europa e na estagnação económica do Japão, "todos os países estão a adiar a questão da elevada dívida pública e privada, e todos estes problemas poderão vir ao de cima em 2013, o mais tardar", afirma o economista.
Não nos esqueçamos que há milhares de anos houve previsões para uma espécie de evento para Dezembro de 2012. Ou é uma enorme coincidência, ou é um enorme acaso das circunstâncias!

Sendo que agora se têm levantado algumas vozes dos principais credores da Grécia, que se esta cair terá consequências para a economia mundial. O factor psicológico do medo e da incerteza para assustar os mais incautos, que são a maior parte das pessoas.
Enquanto isso "ajudam" a Grécia com mais contratos de negócio, ou seja, mais empréstimos remunerados, só aprovados à consignação de extorquir ainda mais o povo.
Se há um ano a Grécia não tinha condições para pagar a dívida, hoje e mais endividada, obviamente menos condições tem. Tal como Portugal, tal como a Espanha, a Bélgica, a Itália e por aí adiante. As economias europeias estão estagnadas, os mercados para onde antes exportavam, tem agora cada vez mais concorrentes a vender mais, melhor e mais barato, sem esquecer que esses concorrentes não têm estados sociais para alimentar, nem direitos laborais para acautelar.

A questão de que se fala acerca da regulação é outra enorme falácia, não existe, nem existirá. Pois a quem cabe regular é uma das partes interessadas na desregulação, porque no caos, se fazem bons negócios.
Tal como o clima e as tempestades cada vez mais violentas, que custam muito dinheiro. Vejam-se os casos recentes do Japão e da Nova Zelândia.

Isto está demais ...!
Ou será que passou na cabeça de alguém de que vivemos numa sociedade regulada?



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

sábado, 18 de junho de 2011

Sky Dance


Através do sonho de uma menina que deseja dançar com as nuvens, este livro reflecte acerca da importância do intercâmbio cultural e do respeito entre as pessoas de diferentes proveniências. As suas páginas, onde se pode apreciar a presença constante do folclore latino-americano, contam a história de uma pequena povoação que vai crescendo, dia após dia, com os seus novos habitantes, que aí vão construindo as suas casas, ao mesmo tempo que partilham as suas experiências colectivas.

Do ponto de vista artístico, "Dançar nas nuvens" é um álbum de estilo naif e étnico, com ilustrações luminosas, exóticas e a transbordar de colorido. O texto, de frases curtas e descritivas, tem um enfoque acumulativo: a cada novo vizinho, a comunidade enriquece em costumes, música e aromas.

Mestiçagem, multiculturalidade, convivência e tolerância são conceitos que subjazem a esta obra, finalista do III Prémio Internacional Compostela para Álbuns Ilustrados, e que, tal como a sua protagonista, também incentiva os leitores a não deixarem de perseguir os seus próprios sonhos.

Sinopse do site Wook sobre o livro "Dançar nas nuvens" da argentina Vania Starkoff, que enfoca principalmente, o respeito das várias proveniências.

O vídeo em baixo - espectacular - é uma experiência, tal como se estivéssemos a pilotar uma avioneta pelos ares de França.
Até se sente o vento a bater na cara...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Máfia de branco


Comecemos por este pequeno exemplo, para caracterizar a máfia de branco, sem não esquecer os médicos que fazem das tripas coração, para; ajudar, curar, melhorar a qualidade de vida e minorar a dor. O problema são OS OUTROS, cada vez mais organizados, com crescente poder de lóbi lado-a-lado com os gigantes da indústria farmacêutica, em que a pessoa humana, não mais é do que gado, seja para ganhar mais dinheiro, seja para experiências.

Segundo um email que recebi no qual tenho convicção profunda de andar muito próximo da realidade, refere que no Hospital da Nossa Senhora do Rosário no Barreiro, um médico oftalmologista espanhol, José Antonio Lillo Bravo, realizou em seis dias 234 cirurgias a doentes com cataratas, algo que está a indignar a Ordem dos Médicos. Os preços praticados são altamente concorrenciais , tendo sido esta a solução encontrada pelo hospital para combater as listas de espera. O paciente mais antigo já aguardava desde Janeiro de 2007. No ano passado chegaram a existir 616 novas propostas cirúrgicas em espera naquela unidade de saúde. Os sete especialistas do serviço realizaram apenas 359 operações em 2007 (numa média de 50 por médico). No final do ano passado, a lista de espera era de 384 pacientes, e foi entretanto reduzida a 50 com a intervenção do médico espanhol.
A passagem pelo Barreiro durante o mês de Março, foi a segunda experiência em Portugal do oftalmologista, detentor de duas clínicas na Extremadura espanhola. Entre 2000 e 2003 já havia realizado 1500 operações no Hospital de Santa Luzia, em Elvas, indiferente às críticas de que diz ser alvo dos colegas portugueses "Eu percebo a preocupação deles e sei porque há listas de espera tão grandes em Portugal. É que por cada operação no privado cobram cerca de dois mil euros", em entrevista ao DN, o oftalmologista espanhol inscrito na Ordem dos Médicos portuguesa, que cobrou 900 euros por cada operação realizada no Barreiro.
As 234 cirurgias realizadas no Barreiro, por um total de 210 mil euros, foi o limite possível sem haver necessidade de abrir um concurso público, sendo que o médico espanhol, apenas fez deslocar a sua equipa, o microscópio e o facoemulsificador. O hospital disponibilizou um enfermeiro para prestar apoio.

Ainda há poucos dias o Observatório de saúde português conclui no seu relatório, que para uma consulta médica havia listas de espera que ultrapassavam os 1000 dias, a que logo veio a seguir, qual virgem ofendida, a ARS - Administração Regional de Saúde do Norte, muito ofendida e a declarar que "vai" processar civil e criminalmente, o tal Observatório, que apenas recolheu a realidade dos factos.
É que nas listas de espera, perde-se tempo, quando o tempo é curto, para melhor qualidade de vida, alguma dignidade existencial e em muitos casos, morrem pessoas...

Prestar um mau serviço público é rentável, "empurrando" o paciente para onde vai pagar mais numa clínica privada do que numa unidade de saúde do estado.
São conhecidas as filas, que começam às 5 da manhã, por idosos doentes e debilitados para conseguir uma mísera consulta médica, na perspectiva de serem atendidos quando a médica chegar lá por volta das 10h ou 11h, porque antes ainda teve de passar pelas clínicas onde tem clientes mais rentáveis. Não nos esqueçamos do desbaste do erário público, principalmente, através da A.D.S.E. que tudo paga a estes mercenários da "saúde". Foi "chular", é o termo correcto.
Perante isto, fica-se muito espantado, quando se contratam, médicos da Colômbia, de Cuba e da Costa Rica, para trabalharem a tempo inteiro em unidades de saúde do interior do país, e com a probabilidade elevada, de trabalharem com mais motivação, mais atenção e carinho pelos pacientes. São muito bem-vindos, e mais importante, são muito precisos.

Outros especializaram-se em levar os pacientes a cirurgias, quando não são precisas. Obviamente, ganha-se mais dinheiro a efectuar uma cirurgia, do que seguir uma terapia não invasiva e muito menos onerosa para o paciente, que nas mãos erradas, o paciente passa a ser um cliente mensurável em património financeiro.

A questão do tráfico de orgãos humanos, ondem existem cada vez mais "esquemas", em que se chega a matar, ludibriar e iludir, aproveitando desvantagens sócio-económicas. Como há poucas semanas foi notícia, um jovem chinês que deu, literalmente, um rim para adquirir um iPad e um iPhone. Ou o clássico, um indivíduo (normalmente jovem e saudável) acordar, numa banheira cheia de gelo, num qualquer hotel rafeiro, e se forem simpáticos deixarem um telemóvel e um post-it escrito - Liga para o 112.

Quem cura esta sociedade, absurdamente patológica?

domingo, 12 de junho de 2011

TMN em contenção de vendas

Num dia destes dirigi-me a uma loja TMN para comprar um telemóvel que iria oferecer como presente de aniversário. Na loja fico a saber o inacreditável, como tenho um programa de fidelização à marca por dois anos não podia adquirir outro telemóvel. Referi que mantinha o actual e apenas queria adquirir mais um, que neste caso era para oferecer. Descobri que não era possível, só faltou o funcionário aconselhar-me a deslocar à Vodafone ou à Optimus, as outras duas operadoras de comunicações móveis em Portugal.

Bem, vamos ver, poderia haver uma espécie de risco de crédito, mas no caso em questão, era uma compra a pronto, ou seja, mais um telemóvel em circulação e a utilizar o tarifário da rede.
Também como parece que haverá a abertura de um concurso para um 4º operador, a benevolente TMN esteja a dar espaço concorrencial a esse futuro 4º operador.
Mas, como até sou um cliente muito condescendente e o meu prazo de fidelização está quase a terminar, deixei o telefone encomendado.
Olha a sorte! Nem todos os clientes são assim.

Agora posto isto, têm de se colocar as seguintes questões:
- Mas em que universidade estudaram os gestores de marketing da TMN?
- Cursos por correspondência? Mesmo nesses, não conheço nenhum que ensine "a não vender".

Vamos por exemplo imaginar, que entro numa loja de candeeiros e digo ao funcionário que me está a atender que pretendo comprar três e o expedito funcionário me diz que apenas vende um, porque a loja já tem muito dinheiro e a vida lhes corre bem e que não precisam de vender tanto, o que vendem já lhes dá uma margem de lucro muito boa e que dessa forma também ajudam as outras lojas de candeeiros a vender, no fundo quer dizer que não são egoístas, os outros também têm direito a vender.
Ora, o que resulta neste pequeno exemplo, é de que isto não existe, a existir estaríamos a entrar no campo do surreal.

A surreal TMN que gasta fortunas em campanhas publicitárias para atrair mais clientes, ao mesmo tempo, quando tem um cliente que se dispõe a deslocar-se pelo seu próprio pé a uma das suas lojas para comprar "in cash" um produto que comercializa, é lhe negado a compra porque tem um programa de fidelização.
Meus meninos, então não fidelizavam, ainda mais o cliente?

Meus queridos, se quiserem, eu dou-vos uma formação genérica sobre Gestão & Marketing numa semana e ainda sobrava tempo para dar uns lamirés acerca de espiritualidade e energias.

É uma empresa portuguesa, concerteza!

Até já!



Orishas - A Lo Cubano

sexta-feira, 10 de junho de 2011

L'arrétte de bus


Nas penumbras da vacuidade e das sombras do tempo e do espaço, onde se propagam as ideias, emoções e têmperas do ser e de ser, estava Genovevo a cagar, diga-se de passagem, a cagar vigorosamente, pormenor de enorme relevo, pois cagar bem, é sinónimo de boa saúde, de boas caras. Genovevo não se continha, fazia-o da forma que mais se lhe aprazia, o que aliás lhe aliviava a azia.
Como o tempo não pára, ao mesmo tempo, Margarido sentado no autocarro, via algo assustado um fulano encostado a um carro de matrícula do Vanuatu a tirar uma fotografia, ficou sem saber se a foto era para ele, para o velho que estava sentado à frente dele ou era para colocar no facebook.
Sabe-se que as fotografias roubam partes da alma, Margarido ficou parcialmente confuso, seria a fotografia, seria o velho que o queria matar ...? A vida é complicada e põe as pessoas em situações dúbias.
Para quê baralhar? Às vezes para dar de novo... mas, e o velho, que intenção projectava?
Pode ser que o busílis da questão estivesse na máquina fotográfica e não nas pessoas.

O taxista dizia que tinha os dias contados, o homem do fato preto dizia que já tinha os dias marcados e o homem de verde dizia que os dois anteriores poderiam estar errados.
Nisto as pombas choram, pois estão todos ligados, de uma forma ou de outra, bastou nascerem, ou melhor, renascerem..., sem antes não recordar, a realidade das coisas, o realismo do arco-da-velha.



Prince - When doves cry

terça-feira, 7 de junho de 2011

O dia seguinte...

No fim-de-semana passado ocorreram eleições legislativas em Portugal, nas quais foram nomeados os representantes do povo para a Assembleia da República.
Numa primeira nota, a triste abstenção, quase metade dos eleitores portugueses não votaram, reflectindo a ladaínha do costume, de que a população está cada vez mais longe dos políticos. Até parece que parte dos portugueses tenham de ser convencidos a participar no acto eleitoral, quanta ignorância!

Dos resultados, constata-se que o país virou à direita, com tudo o que isso vai acarretar no futuro da vida dos portugueses, mesmo dos que se queixam, dos que preferiram ir a praias super-lotadas banhando-se nas águas quentes cheias de mijo derivadas da própria lotação ou dos que se enfiaram em grandes centros comercias super-abafados onde respiram o ar enfadonho de uns e outros.

Quanto aos resultados eleitorais, fruto daqueles que votaram e que plasmaram a sua voz nas urnas, fica evidente o descrédito ao ainda actual primeiro-ministro, a derrota do seu partido, foi clara. Dessa forma beneficiando o partido vencedor, consequência do voto útil.
No que toca à esquerda política portuguesa, apenas a CDU, saiu vencedora, crescendo mais e ganhando mais um deputado.
O BE a derrota foi estrondosa, sem rumo, o élan do movimento ou de partido contestatário parece que se está a esfumar no tempo.
O PS levou uma enorme varridela, à qual já se fazia tarde.

Mas em boa verdade, pouco muda com estas eleições, independentemente de quem fosse eleito, pois já havia um programa a cumprir, ou seja, elegeu-se quem vai seguir um programa que já estava determinado pelas instâncias internacionais que estão a emprestar dinheiro com juros, desengane-se quem pense que é ajuda.
O povo na sua enorme sapiência escolheu PSD/CDS para intermediário dos verdadeiros decisores.

Agora está tudo a postos para o saque final!
Vão-se vender os últimos aneis do Estado para os dementes privados que só vêm o lucro, as mais-valias e a rentabilização.
O que era de todos, vai passar a ser de alguns.
No PS vão aparecer, na sua ala direita os que irão dar os dois terços para "mexer" na constituição para dar o empurrão para a desgraça moral e ética.

Com tudo isto, pois a economia está interligada com variadíssimos factores, até psicológicos, não se vislumbra a luz ao fundo do túnel, esta é a verdadeira gravidade da situação portuguesa.
Com os actuais e futuros programas de austeridade, o pequeno e médio empresariado português que vive do consumo interno vai cada vez mais passar por dificuldades, por consequência da redução da massa salarial e da aludida desanvalacagem da economia por parte da banca lusa, que anda muito perto da falência.
Relativamente ao investimento externo existente, os futuros ministros, andarão quase de joelhos a pedir, por favor não se vão embora. De fora, praticamente não haverá mais apostas no território nacional, advindo do risco cada vez maior de não conseguir pagar as suas responsabilidades.
Desta forma, com a paulatina retracção da economia, toda a gente sabe, com o crescente endividamento português, agora em tranches da troika, que daqui a uns meses, no máximo daqui a um ano, vamos estar a pedir a renegociação da dívida, na melhor das hipóteses.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

domingo, 5 de junho de 2011

Villas Miseria


Este é o mundo em que vivemos, o real e construído por todos nós, nem que seja, na hipocrisia de virar a cara para o lado, ou quando uma parte do mundo come até não lhe apetecer mais, comenta - Mas porque é que dão isto à hora de jantar?

A breve apresentação do documentário em baixo, é narrado pelo actor José Coronado, que tem passado no Canal Odisseia.
É a mais excelente e atroz visão da sociedade cada vez mais hiper-desigual em que vivemos, fruto da corrupta mente humana.
O indivíduo isolado, pode atingir níveis de ética, respeito e em última análise, até de compaixão.
Mas em grupo, o homem, é o pior bicho à face da terra. Ele compete e maximiza de toda a forma que lhe seja possível, a vantagem, seja dinheiro, poder ou status e estas misturadas entre si.

Quando na parte do mundo da abundância as pessoas conformam-se de que sempre houve pobreza e riqueza, na outra parte e cada vez maior, a parte da carência, apenas sonham em ter os problemas, dos que vivem na parte da abundância; vou comprar um Nokia ou um Samsung, Peugeot ou Renault, vou comer carne ou peixe ...?
Quando se diz que se está cheio de problemas, há-que contemporizar e reflectir, mas qual é o verdadeiro problema?

O trailer do documentário "Villas Miseria", trata de pessoas reais, vai a Buenos Aires - Argentina, Calcutá - Índia e a Nairobi - Quénia, dando uma pequena amostragem da incapacidade do ser humano em organizar recursos vs. condições dignas de vida.