Nunca tanto como agora, a manipulação individual das pessoas e colectiva das sociedades, fora tão intensa.
Hoje e cada vez mais, ela é perpetuada na confusão do dia-a-dia, na ditadura dos números, nas vidas dominadas pelo stress, pelos massivos meios de comunicação e pela globalização das comunicações.
No livro "Estratégias e técnicas para a manipulação da opinião pública e da sociedade" de Sylvain Timsit, são sintetizadas as principais.
A estratégia da diversão
Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mutações decididas pelas elites políticas e económicas, graças a um dilúvio contínuo de distracções e informações insignificantes.
A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
Criar problemas, depois oferecer soluções
Este método também é denominado "problema-reacção-solução". Primeiro cria-se um problema, uma "situação" destinada a suscitar uma certa reacção do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar.
Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade.
Ou ainda: criar uma crise económica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.
Ou ainda: após a 1ª guerra mundial (1914/1918) o poder mundial ficou mais concentrado, após a 2ª guerra mundial (1939/1945) o poder em menos mãos ficou. Depois deste último evento surgiram as Nações Unidas, os acordos de Bretton Woods, o FMI e o World Bank, ou seja, problema-reacção-solução.
A estratégia do esbatimento
Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplica-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-económicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, deslocalizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.
A estratégia do diferimento
Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresenta-la como "dolorosa mas necessária", obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que "tudo irá melhor amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceita-la com resignação quando chegar o momento.
Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas
A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental.
"Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reacção tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos". ("Armas silenciosas para guerras tranquilas", do mesmo autor).
Apelar antes ao emocional do que à reflexão
Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamentos...
Manter o público an ignorância e no disparate
Actuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.
"A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores". ("Armas silenciosas para guerra tranquilas", do mesmo autor).
Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade
Encorajar o público a considerar "fixe" o facto de ser idiota, vulgar e inculto…
Substituir a revolta pela culpabilidade
Fazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da acção. E sem acção, não há revolução!...
Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si próprios
No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.
O sistema actual de poder, ou o nome que se queira chamar, conhece-o melhor do que você próprio se conhece; eles sabem do que você gosta, do que o motiva, do que o entristece, do que o torna depressivo, do que se revolta, do que o torce e até certo ponto, o click necessário que o leva ao suicídio. Dessa forma eles cada vez mais o controlam, com a souplesse sub-liminar de você não perceber. É o efeito Coca-Cola vs. Pepsi. O conceito é igual, mas basicamente, é oferecida a hipótese de escolha, retirando o stress da opção única, levando o sujeito a ter a ilusão, de que tem a decisão.
Hoje e cada vez mais, ela é perpetuada na confusão do dia-a-dia, na ditadura dos números, nas vidas dominadas pelo stress, pelos massivos meios de comunicação e pela globalização das comunicações.
No livro "Estratégias e técnicas para a manipulação da opinião pública e da sociedade" de Sylvain Timsit, são sintetizadas as principais.
A estratégia da diversão
Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mutações decididas pelas elites políticas e económicas, graças a um dilúvio contínuo de distracções e informações insignificantes.
A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
Criar problemas, depois oferecer soluções
Este método também é denominado "problema-reacção-solução". Primeiro cria-se um problema, uma "situação" destinada a suscitar uma certa reacção do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar.
Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade.
Ou ainda: criar uma crise económica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.
Ou ainda: após a 1ª guerra mundial (1914/1918) o poder mundial ficou mais concentrado, após a 2ª guerra mundial (1939/1945) o poder em menos mãos ficou. Depois deste último evento surgiram as Nações Unidas, os acordos de Bretton Woods, o FMI e o World Bank, ou seja, problema-reacção-solução.
A estratégia do esbatimento
Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplica-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-económicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, deslocalizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.
A estratégia do diferimento
Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresenta-la como "dolorosa mas necessária", obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que "tudo irá melhor amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceita-la com resignação quando chegar o momento.
Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas
A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental.
"Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reacção tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos". ("Armas silenciosas para guerras tranquilas", do mesmo autor).
Apelar antes ao emocional do que à reflexão
Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamentos...
Manter o público an ignorância e no disparate
Actuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.
"A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores". ("Armas silenciosas para guerra tranquilas", do mesmo autor).
Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade
Encorajar o público a considerar "fixe" o facto de ser idiota, vulgar e inculto…
Substituir a revolta pela culpabilidade
Fazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da acção. E sem acção, não há revolução!...
Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si próprios
No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.
O sistema actual de poder, ou o nome que se queira chamar, conhece-o melhor do que você próprio se conhece; eles sabem do que você gosta, do que o motiva, do que o entristece, do que o torna depressivo, do que se revolta, do que o torce e até certo ponto, o click necessário que o leva ao suicídio. Dessa forma eles cada vez mais o controlam, com a souplesse sub-liminar de você não perceber. É o efeito Coca-Cola vs. Pepsi. O conceito é igual, mas basicamente, é oferecida a hipótese de escolha, retirando o stress da opção única, levando o sujeito a ter a ilusão, de que tem a decisão.
Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!
A Internet tem vindo a desmontar todas estas estratégias a um número cada vez maior de pessoas (que as explicam a mais pessoas).
ResponderEliminarComo provavelmente isto não bastará, prevejo a formação de muitos milhares de grupos de 2, 3 e 4 pessoas informadas que comecem a limpar o sebo aos instrumentos da grande finança (sem a qual esta não poderá funcionar): jornalistas e comentadores venais, políticos corruptos e juízes subornados.
Abraço
Não posso ter a certeza, mas acho que já tinhas feito um post muito similar há usn meses largos, ou então eu li isto tudo noutro s+itio qualquer - de qq das formas, mantém-se actual e relkevante nos dias de hoje, ainda que passe ao lado das massas afoitas de conhecimento que, qual tubarão-tigre. comem tudo o que lhes surge ao alcance da mandíbula voraz...
ResponderEliminarQuem sabe 2012 não vem mudar algumas mentes, ou no mínimo, rachar outras quantas... :)