Neto e filho, das realidades africanas lusófonas. Colegas que viveram a irracionalidade de uma guerra mantida teimosamente por um governo insano, que acabou por funcionar como gatilho da revolta de Abril.
Os salpicos de água no lençol, numa Guiné, quente e húmida. O amigo da aldeia deitado numa maca a chorar - Nunca mais vamos dar uma volta!
As injecções de penicilina de alta voltagem. As putequinhas de Bissau.
Por outro lado os diamantes de Lunda Norte, mantidos por uma companhia Belga, que fazia de parte de Angola um País à parte.
Um guerreiro, que esteve isolado e abandonado pela Administração, com a sua companhia no Norte de Moçambique, no mato, quantas insanidades vivenciaram.
Um colega que contava emocionado, após um bombardeamento dos Fiat's portugueses que por engano atingiram uma companhia portuguesa. Num armazém improvisado e com a quarta classe mal tirada lancetavam veias de camaradas. Os gritos, os esguichos de sangue a atingirem o tecto e o cheiro a carne queimada e estrilhaçada.
As copas das árvores e os RPG's. As Kalash's que trouxeram.
Dizia um caçador numa lancha com dezassete, não é mau. Com 74 eram muitos. Mortos em combate. Caçador de mortos em combate.
O barulho dos helicópteros no mato, dizem que, é algo que não entenderemos.
Ver esta gente que passados estes anos todos ainda se junta em almoços de convívio, emociona.
E que não se esqueçam, muitos ainda estão vivos. E têm a experiência.
A guerra é a experiência limite do ser humano.
Estes Homens, verem um país actualmente a ser governado por maricons. Custa, caramba!
As injecções de penicilina de alta voltagem. As putequinhas de Bissau.
Por outro lado os diamantes de Lunda Norte, mantidos por uma companhia Belga, que fazia de parte de Angola um País à parte.
Um guerreiro, que esteve isolado e abandonado pela Administração, com a sua companhia no Norte de Moçambique, no mato, quantas insanidades vivenciaram.
Um colega que contava emocionado, após um bombardeamento dos Fiat's portugueses que por engano atingiram uma companhia portuguesa. Num armazém improvisado e com a quarta classe mal tirada lancetavam veias de camaradas. Os gritos, os esguichos de sangue a atingirem o tecto e o cheiro a carne queimada e estrilhaçada.
As copas das árvores e os RPG's. As Kalash's que trouxeram.
Dizia um caçador numa lancha com dezassete, não é mau. Com 74 eram muitos. Mortos em combate. Caçador de mortos em combate.
O barulho dos helicópteros no mato, dizem que, é algo que não entenderemos.
Ver esta gente que passados estes anos todos ainda se junta em almoços de convívio, emociona.
E que não se esqueçam, muitos ainda estão vivos. E têm a experiência.
A guerra é a experiência limite do ser humano.
Estes Homens, verem um país actualmente a ser governado por maricons. Custa, caramba!
Muito bom post Zorze ! Obrigado !
ResponderEliminarUm abraço!
Zorze
ResponderEliminarAinda falta contar muito, ainda se sofre muito com essa guerra estupida.
Beijos
belo e sentido...temos todos perto de nós gente que sofreu e sofre dessa experiencia...e quanto a estarem fartos desta m... acredita que muitos já pouco têm a perder...
ResponderEliminarabraço compañero.
Gente de nós, que é nossa, de quem somos, que emprestou um pedaço da vida a não sei quê e que por isso nos acabou por trazer Abril num cravo.
ResponderEliminarBoa Zorze! Um abraço soldado
Bem que nos fazia falta uma guerra, local ou mundial, podia ajudar a resolver algumas coisas. Posso parecer maluco mas acho que era antigamente assim que se resolviam alguns problemas. Qualquer dia chegaremos até ela, não deve tardar, mais alguns anos.
ResponderEliminarAbraços.
Há que pôr o dedo na ferida e não ter medo de reavivar as chagas do passado recente. Estes homens mais não foram do que carne para canhão que combateram por um ideal perdido e falhado à nascença.
ResponderEliminarSaudações do Marreta.
Excelente texto. Mas não sei como dizer.. ou melhor.. o que dizer...
ResponderEliminaro certo é que a guerra, qualquer guerra, só trás injustiças, apesar de, como dizem alguns entendidos, ou pelo menos mais entendidos que eu, há guerras justas e guerras injustas.
Mas a guerra é sempre algo repudiante, onde não há vencedores nem vencidos, porque no fim...
um abraço
Zorze
ResponderEliminarOs nossos soldados n�o estavam minimamente preparados para aquele tipo de guerrilha, tornando-se assim vitimas de um sistema caduco.
Se algum bem nos trouxe,foi o desplotar do 25 Abril, que n�o foi t�o pouco como isso, mas,o povo voltou a adormrcer, e os bandidos voltaram a tomar conta do ouro.
Abra�o companheiro
Foi o nosso Vietname, se não estou enganado de 62 a 75, onde milhares de jovens, sofreram na pele e na alma, feridas que carregaram e carregam, até ao fim dos seus dias.
ResponderEliminarPor isso é urgente contar deitar cá para fora!
Esses heróis que ainda hoje estão vivos Têm sessentas e tais anos, tanto mas tanto têm seguramente para contar, para que a história dos homens da guerra colonial Portuguesa, possa ser real e não a manipulada por governos sem escrúpulos como os que temos tido.
Os nossos jovens precisam de saber, que se calhar, muitos milhares deles estão hoje cá, neste mundo, pela simples razão de ter havido um 25 de Abril de 74 e, de os seus pais não terem perecido ou terem sido estropiados numa guerra, que só defendia os interesses dos mesmos que hoje controlam o poder em Portugal, eles e a sua bastarda prole.
Por isso a voz destes soldados de acção, não a dos soldados de quartel e mania de maus em exercícios, mas sim dos soldados, que no campo real de guerra, conviviam com a morte lado a lado.
Abraço
Ouss
Não estive na guerra (não tinha idade), mas também me custa ver este país governado por maricons (neocons apaneleirados e corruptos).
ResponderEliminarOlá Zorze
ResponderEliminarEspero que esteja tudo bem contigo.
A guerra do "ultramar" faz-me lembrar que os nossos jovens na altura eram tambem vitimas do abuso de um regime que não lhes dava outra alternativa.Tive vários
familiares que foram "servir a pátria" e quando de lá vieram nunca mais foram os mesmos para o resto da vida.
O alcoolismo,a violência, a revolta
de terem assassinado pessoas que a unica culpa que tinham era serem de uma cor diferente e queriam lutar pelo seu país ocupado durante vários seculos.
Hoje em dia um estado que se diz de direito ainda não dá o apoio devido a estes "jovens" que deixaram de sonhar em terras de Africa.
Um beijinho
(Continuas linkado,foi por engano que tirei o link,estava a fazer várias alterações e esqueci-me de pôr o Zoze no fim, sorry...
Quando passar por "lá" vamos beber um café ok?)
comenta tb o meu mandei o site po teu gmail
ResponderEliminarMuito haveria para dizer sobre a vergonha que foi esta guerra de interesses, mas felizmente não há tempo... Nunca nos curaremos de facto das chagas que se abriram com a tragédia ultramarina, mas podemos começar a comportar-nos de forma melhor para garantir que no futuro não haja vergonhas como esta... Vamos começar por pegar fogo à actual classe política, boa?
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