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quinta-feira, 31 de março de 2011

Berimbau


Não sei por onde começar, só sei que nada sei... Pera aí vem cá! Sei que isto está do Berimbau!
Hoje Portugal, emitiu dívida acima dos 9%, o que pode aguentar, segundo o que as abéculas dos nossos demissionários governantes prevêem. Porque a crise não lhes toca, não sabem o que é ser negado o subsídio de desemprego após trabalharem décadas para uma fábrica sanguessuga onde posiciona o seu processo produtivo onde é mais rentável.
No único ponto onde concordo com o intermediário, na confrangedora única questão que a nossa comunicação social colocou ao ex-presidente brasileiro Lula da Silva - O Brasil vai comprar dívida portuguesa? O Brasil vai ajudar Portugal?
Estes nossos camará, pareciam putas sequiosas para fazer broches na picha de burros!
Jornalistas portugueses, saravá... Calma, refreiem as excitações! Não é preciso agradar tanto!

Enquanto as agências de rating, castigam fortemente Portugal, pois é o próximo alvo a abater, ao mesmo tempo que uma enorme série de técnicos do FMI e do Banco Mundial se masturbam freneticamente, em por a pata, nesta nação que ao que parece, sempre esteve em crise, o que só por de si não deixa de ser novidade para ninguém.

Talvez o ouro do Brasil, tenha sido o nosso mal. Erradamente passou a ideia das grandezas, que perdurou nos tempos. Sempre que se constrói uma ponte ou um centro comercial, tem de ser o maior do mundo, ou o maior da europa. Revelando a nossa psicose de pequenitos em bicos de pés, esse provincianismo bacoco fica bem patente no actual governo, quando diz para não dizer mal do país lá fora, para defender a imagem de seriedade.
As agências de rating, a quem os investidores pagam para fazer relatórios de solvabilidade, não interpretam imagens, os cabrões apenas lêem números e relacionam-nos.

Entretanto, os portugueses deixam-se maravilhar, pelas análises dos comentadores de serviço do PS e do PSD, burros quem nem uma porta, estúpidos que nem bestas, falam o que se falava há décadas, confundem milhões com biliões, não têm quase nenhuma noção prática da vida do dia-a-dia, nas suas inteligências balizadas por cânones bem definidos orientam as suas teorias preenchidas do vazio do nada..E o portuga, gajo porreiro, come aquilo tudo.

E o camará, se ouvisse o Orixá? E o Xangôo? E se contemplasse Iemenjá?
O camará, é paneleiro e medroso, por isso vota nos mesmos que o esfolam...
Acredita na macumba camará, olha que ela é real... Tem medo de morrer camará, vai morrer mesmo. Não acredita? Que venha Saci Perere...
Bebe água para beber. Ela reactiva neurónios adormecidos.

Vê se acerta desta vez! Porque isto está do Berimbau!



Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho e Miúcha - Berimbau / Chega de Saudade / Canto Ossanha

Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

domingo, 27 de março de 2011

Medusa


Enquanto se batiam aplausos no Preço Certo, uma mulher batia no peito, fazia o sinal de zero kills, que ao mesmo tempo poderia ser o 666, pelo que o desenho dos dedos deixavam transparecer. Nisto Fernando Mendes de cócoras com o sinal nas mãos...
Eis que Medusa, a levantar cabelo, aparece... o cabelo eram cobras! Numa verdadeira simbiose nervosa, enquanto fechava os olhos, saíam mijas das bocas das cobras, era um cabelo vivo...
Na câmara discutia-se que o monoteísmo, era igual ao fascismo, aquela coisa do Deus único, sabedor de todas as vontades, no céu e na terra.

No sopé da montanha, onde Gesù foi tentando pelo Diabo com todas as riquezas que haviam na terra, a missão foi fracassada. Agora ninguém está a salvo!

Onde nunca estiveram, lançadas dos úteros das mães, ao acaso, numa suposta sombra do destino, numa espécie de resguardo, seres que vão e vêm há milhares de anos...

E daí, os homens, em cada uma das suas épocas foram desenvolvendo as suas próprias energias.
Mas, fiquemos descansados, pois há muita gente que se manifesta por uma justiça melhor, uma boa vida para todos nós, um mundo melhor e tudo, tal como as Miss's Américas... Todos nas suas irmandades górgonicas.
Preocupações para quê? Se tudo isto possa ser, trabalhar para o boneco? Com 2012 aí à porta?

Quando a Medusa lavava os seus cabelos, devia ser uma "luta"!



Duran Duran - Come Undone

sexta-feira, 25 de março de 2011

Queda do governo português

Quarta-feira passada, o primeiro-ministro português apresentou a sua demissão, depois do chumbo do PEC 4, na Assembleia da República.
Depois de o governo negociar, actualizar e elaborar um novo pacote de medidas com os técnicos do BCE e da Comissão Europeia, que iria torcionar ainda mais os mesmos de sempre, acrescentava entre outras, as pensões mais baixas dos idosos, a pobreza mais atroz, a que não se manifesta, a que vive sozinha, a que tem mais dificuldades para preencher impressos para usufruir de subsídios. Tristeza de um povo que põe de parte, seus cidadãos e cidadãs, por não ver neles qualquer tipo de rentabilidade.

A queda era desejada por todos, a oposição em geral e o governo em particular. Aqui entramos no campo perverso da política dos últimos anos e que paulatinamente tem levado o país ao descalabro total.
Logo após o chumbo, Sócrates, assessores e porta-vozes do PS, desdobrando-se em comunicações nos media, repetem os mesmos termos freneticamente e anteriormente combinados; coligação negativa, oposição irresponsável, quando todos os parceiros europeus tinham elogiado as medidas, empenho total para evitar a "ajuda" externa. Repetindo estes termos-chave até à exaustão. Termos que se voltarão aos próprios.
Quando o país à beira da bancarrota e este governo grande responsável por isso, não querendo tomar o ónus de pedir formalmente a tal "ajuda", encena este palaciano golpe de teatro, forçando a oposição em peso a derrubar o governo, para logo a partir daí passar à fase seguinte da dramatização "o mais possível", de que tentaram salvar o país da "ajuda", mas a oposição é que não deixou.

Discutir, se é José ou Pedro, ou outrora, Cherne ou Guterres, ou Santana e Ferro, é lateral ao que se passa de facto. A política é a mesma, alimentar os clientelismos partidários, e eles são vorazes, e os outros interesses que financiam tudo isto, para obter lucros bem chorudos.

Este PS que (des)governou o país nos últimos seis anos, seguiu inocentemente a política do endividamento mórbido, duplicou a dívida externa, sem a contrapartida do PIB/per capita, aumentou desmesuradamente o rácio da distribuição da riqueza, cada vez menos a terem mais.
E há medida que saíam mais medidas de austeridade, cada vez mais se questionavam acerca da justeza dessas medidas. Empresas públicas com prejuízos crónicos a pagaram chorudos prémios de gestão, administradores públicos com todas as mordomias enquanto ao mesmo tempo se cortavam ordenados, aumentava-se o IVA, cortava-se no abono de família e no subsídio de desemprego.
Além de dificultar a vida de milhões de portugueses que recebem pouco mais de meia-dúzia de centenas de euros, em profundo contraste com as vigarices de milhões e milhões de euros que no lado privado, como por exemplo, no BPN se fizeram. Para estes o Estado é fraco e paga-lhes as brincadeiras com bancos virtuais. Quando se fala tanto em mercado livre, é de estranhar que os ex-ministros do PSD "das maiorias" do actual presidente da república, não cubram os prejuízos. Ao que parece nem um cêntimo pagaram.
Então o mercado livre é muito bom! Muito bom para receber e usufruir dos lucros, se houver prejuízo, o povão que pague, pois sistematicamente vota neles.
Não consegue se desamarrar, de que é tudo marketing, nada mais.

No plano internacional, o Eurogrupo, já tem um pacote prontinho e à medida das necessidades de Portugal, 75 mil milhões. Que número tão redondo e bem definido.
Até parece, que já andavam a algum tempo a prepara-lo!
Até parece, que existe algo de mais profundo, nesta questão do abate do euro! Primeiro, a Grécia, depois os holofotes viraram-se para a Irlanda, de seguida Portugal ficou na berlinda e enquanto esperneia, já se apontam a Espanha e a Bélgica.
Nesta página, de uma insuspeita entidade internacional, pode-se constatar o montante da nossa dívida, acima da Rússia, da China, do Brasil, da Finlândia, do México, da Indonésia e da Argentina, só como exemplo.

Já Eça de Queiroz escrevia em 1867 algo que parece, escrito hoje, provando que o tempo é relativo:
"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"
(Eça de Queiroz, 1867 in "O distrito de Évora")

Em concomitância com tais factos reais, mesmo que José Sócrates, aparecesse em palco travestido de "loira poderosa" a cantar no melhor inglês técnico que lhe ocorresse, "Tell it to My Heart", a maior parte teria ainda enormes dificuldades em despertar.
E nestas moengas existem muitos Josés Sócrates...



Taylor Dane - Tell It To My Heart

terça-feira, 22 de março de 2011

É fodido, pá!


Nesta noite de consoada, pois todas as noites são de consoada, tocam-me à campainha , espreito pelo o umbigo da porta e vejo uma gaja loira, parecia uma puta de leste. Abri a porta de pijama rasgado na zona testicular com uma swett da Expo 98.
Era uma senhora entre os entas e os intas, a vender quadros em 3D, eram de facto muito bonitos, ao mesmo tempo que explicava que tinha sido despedida da HP (a empresa dos computadores) e que tinha duas filhas para criar e toda a história envolvente.
Respondi-lhe que tava difícil, e apercebi-me logo da experiência da mulher no bate porta-a-porta, ao cheirar a nega, ainda antes de consumada, partiu para outra. Ao fechar a porta, a minha mais que tudo na cozinha ouvira a conversa, dizendo até que lhe tinha doido na barriga. Voltei ao umbigo da porta para espreitar, ela tocava na campainha do vizinho da frente, não sabia ela, que naquele apartamento já não vivia ninguém, pois lá tinha vivido uma família, que apertada, teve de rumar para outras paragens, e pela crise, ainda não aparecera ninguém com um crédito aprovado na mão para a comprar.

A vida é fodida!

Este episódio, fez-me lembrar, quando eu também bati a muitas portas, quando vendia seguros e estudava à noite na Universidade.
Quando ao início da noite, apanhávamos o autocarro no Marquês do Pombal e descíamos a Av.da Liberdade aos solavancos por um motorista apressado para ir para casa. Fazíamos um meio turno na Rua Nova do Carvalho, conexo com o Cais do Sodré, onde se bebia mais uns copos nos bares outrora mais frequentados e a ver as putas que por lá cirandavam, isto durante anos, e quando os copos eram muitos, merdas aconteciam.

O primeiro seguro que vendi sozinho, foi a um fulano da Conservatória do Registo Comercial, na Rua Nova do Almada, um complemento da reforma, que nos primeiros 3 anos não tinha direito a nada.
Ainda me lembro, com o meu fatinho MacModa, a percorrer o Terreiro do Paço com uma mala executivo de base triangular, a andar para apanhar o barco, a olhar de vez em quando para trás, imaginando mentalmente, o fulano a correr por trás de mim e a gritar - Meu grande filha da puta! Meu granda cabrão do caralho, enganaste-me!
Ainda era criança e não tinha confiança do que vendia.

Bati ruas comerciais, comerciantes, uns mais matarruanos que outros, às 8 da manhã, ainda antes de abrirem as portas. Sequinho e cavaleiro andante!
Lembro-me, e ficam milhentas de histórias compartilhadas com outros, no Hospital Amadora-Sintra, a concorrer com os delegados de informação médica no corredor onde os médicos passavam.

A vida é fodida, acrescento, que é fodida prá caralho! E sem pena...

Amanhã o governo cai, e esta mulher que me tocou à porta não me sai da cabeça.

domingo, 20 de março de 2011

O Perigeu


Na noite passada foi possível observar a maior Lua Cheia da última vintena. A Lua terá uma existência de 4,5 mil milhões de anos, resultado do impacto de um corpo celeste na Terra, segundo se crê.
O fenómeno ocorrido ontem, dá pelo o nome de super-Lua, atingindo o ponto mais próximo à Terra, o Perigeu, em oposto quando atinge o ponto mais distante com a Terra se chama, o Apogeu. Nestes dois extremos, calcula-se a distância média deste satélite natural na sua órbita elíptica em torno da Terra, à volta de 384 mil quilómetros, que ontem esteve a cerca de 365 mil quilómetros de todos nós, com todo o magnetismo que isso acarreta e toda a energia emanada, sem entrar em todas as crenças e rituais que à volta dela existiram e existem.

Com a sua massa, no campo gravitacional ela influência a Terra de várias formas, as marés são compassadas pela gravidade lunar, como também influencia todos os seres vivos deste planeta. Por exemplo, os seres humanos, dos quais os seus corpos são compostos em média por 75% de água, obviamente, que o efeito íman da Lua, influenciará o metabolismo destes seres. Se o faz com grandes massas de água, como as marés...



Mory Kanté - Ye ke Ye ke

sexta-feira, 18 de março de 2011

De lana caprina


Há poucos dias, o governo português apresentou o PEC 4 - Programa de Estabilização e Crescimento, enquanto todo um mundo à sua volta, se encontra em notória instabilidade por variadíssimos factores de ordem.
Este governo actual, em evidente falência política resume-se à dupla, José Sócrates, o Primeiro-Ministro, e o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que por vezes se desdobra em quatro, juntando se, o encarniçado Ministro da Defesa, Augusto Santos Silva e o homem dos contactos, que prospecta Negócios Estrangeiros, Luís Amado. O destino de Portugal, nas suas decisões centrais, passam por estes actores.
Vem agora, este quarteto maravilha, encenar uma aludida orquestração, para que, imagine-se a patologia profunda, continuarem no poder. Uma orquestração, que dentro das cabeças destas figuras, se acham os salvadores da pátria.
E não falam a verdade, estes batoteiros. O mantra repetido de que evitam de toda a maneira a ajuda externa é falso, Portugal tem sido "ajudado" pelo o FMI e pelo BCE de maneira informal.
Pela maneira informal, às vezes é mesmo infernal. Não é por acaso que o computador portátil do BPN que fazia empréstimos à tripa forra, tenha feito certa jurisprudência nas dermaches de processos.

Ao mesmo tempo que se desmultiplicam por todos os lados na comunicação social, analistas e comentadores, a falarem de miles milhões para aqui e para ali, sem terem a noção da realidade prática da vida do dia-a-dia do país, como também desbundam em todo o tipo de cenários.

No meio destas ressacas governativas, misturas de pseudo-genialidades, pois acham-se geniais, e clamorosos meter a "pata na poça", vêm anunciar aquilo que deveria ser a última coisa a ser mexida; as pensões mais baixas e as comparticipações dos medicamentos.
Estas medidas irão afectar a zona mais frágil da sociedade, a pobreza escondida dos idosos, principalmente a das mulheres, que sobrevivem sozinhas, viúvas, com pensões de algumas centenas de euros, que não se manifestam, que já não podem trabalhar, que têm dificuldades de mobilidade, que têm dificuldade em preencher os impressos, que mal sabem escrever, muitas por terem começado a trabalhar ainda crianças, no duro, na fábrica ou na lavoura coberta pela geada da madrugada. Estas mulheres deram à luz muitas vidas, trabalharam que só, e são muitas que fazem o singelo favor de viver. As que não acumularam boas poupanças e sobrevivem com o pragmatismo natural de quem tem o gene bem inculcado de existir, foram esquecidas pelos familiares, numa sociedade cada vez mais desenraízada.
Estas vestutas senhoras, carregam em si a experiência da vida, a sabedoria do tempo, e são muitas, apesar de estarem longe dos holofotes, por circunstâncias da vida, vivem em apartamentos das grandes urbes, nas cidades satélites das grandes Lisboa e Porto. São umas heroínas... das vicissitudes que a idade acarreta.

Para estes governantes estas questões são de lana caprina e daí se revela a pobreza de espírito destes pujés.

Significado de Lana-caprina: substantivo feminino; insignificância, pouca monta, menor importância, bagatela, questões de lana-caprina (do latim lana + caprinus).
Origem: A expressão vem do Latim «lana caprina» (lã de cabra). De facto, a lã de cabra é de qualidade inferior à lã de ovelha, o que propiciou a evolução semântica da expressão.



James Last - Latin America

segunda-feira, 14 de março de 2011

Pôr as contas em ordem


Pôr as contas em ordem, é o mantra repetido vezes sem conta pelo governo actual, que ao mesmo tempo deixa transparecer outra questão, se é preciso colocar em ordem as contas do Estado, é porque elas, as contas, estão na desordem.
E quem as pôs em desordem? As contas, que hoje precisam de ser postas em ordem?
Muito provavelmente os governos que têm (des)governado o país, não sendo suposição, a questão é factual.
Ou seja, os governos alternados entre o PS e o PSD, durante décadas puseram as contas em desordem, por isso hoje, é preciso pôr, as ditas contas, em ordem, porque se não estão na dita ordem, é porque estão em desordem.
Por outras palavras, quem teve a incumbência de gerir, as tão afamadas contas? Registo histórico e factual, o PS e o PSD.

Facto real é que Portugal, já está na bancarrota, para quem ainda não tivesse reparado. Para ter uma pequena dimensão do que se passa, só em Dezembro, o Estado teve que se endividar em várias unidades de vários mil de milhões de euros, afim de pagar os subsídios de natal, para que as crianças ainda acreditem no Pai Natal.
Nas últimas semanas, técnicos do BCE e da Comissão Europeia em conjunto com o Ministério das Finanças português, desenharam engenharias financeiras, para pôr as tais contas em ordem.
A realidade é simples, Portugal está muito para lá de endividado, e em primeira instância há que garantir que os credores recebam o dinheiro. Nem que para tal se recorra ao fundo de resgate europeu ou ao FMI.
A ideia de que vêm ajudar, é pura semântica, vêm garantir o retorno do investimento, por outras palavras, vão garantir que os seus financiamentos são pagos, a bem ou a mal.

A manifestação de ontem, que é importante para criar uma consciência colectiva, na pratica tem o mesmo valor, que toda a gente se juntasse e fizesse figas.
Seria, de sobremaneira interessante, verificar nas 200.000 a 300.000 pessoas que "estiveram na luta" em que partidos votaram nas últimas eleições, qual a percentagem dos que se abstiveram e nos que deixaram outros tomar a sua voz.

Numa metáfora de senso-comum, imaginemos uma pequena comunidade que mandata o diabo para gerir "a bucha" durante os próximos quatro anos e ao fim de poucos meses, a maioria da comunidade se queixe que a sua vida é um inferno. É um contra-senso, visto por alguém de fora dirá, mas foram eles que escolheram e agora queixam-se.
Em Portugal, isto ocorre há décadas. O que nos leva a concluir, que este povo é demasiadamente carente de sinapses entre neurónios, de uma maneira geral, pois individualmente, é uma questão de esforço de cada um, aumentar o seu próprio auto-conhecimento.

Por exemplo, as universidades que se transformaram em unidades de negócio e não mais do que meras certificadoras de conhecimento, por via principalmente, através do processo de Bolonha, que formam bachareis, que depois têm de comprar "um" mestrado, não deixa de ser uma forma de duplicar as receitas.
Não se fala a verdade a milhares de jovens que caem no engodo da ilusão de serem alguém. Não lhes é explicado que a maior parte dos cursos, não mais é do que caca ou perca de tempo.
Portugal não tem tecido económico e social para absorver as fornadas que ano após ano saem dos politécnicos e universidades. O país não foi pensado para isso, pelas pessoas que governam, muito menos pelas que votaram para as governarem.

O português, meio bacoco, meio analgésico, grita que se farta, sente-se meio moderno pelo telemóvel que carrega no bolso. Vê no livro de reclamações a justeza dos seus direitos.
Custa dizer, mas é um facto, o povo português é estúpido, estúpido que nem uma porta.
Tenha-se como por exemplo a ASAE, toda a gente gritou contra este organismo do estado, maralha em geral e comunicação social em particular, pois esta última "vende" o que a maralha compra, alicerçada em estudos de opinião, que informam do que o povinho gosta.
Esta gente reclama, berra que se farta! Só que para os assuntos laterais, reclama por estados de alma, porque está a chover ou porque está sol. Certo é que quando a ASAE começou apenas e apenas a aplicar a lei vigente, mil vozes se levantaram contra ela. Foram acusados de excesso de zelo, em Portugal aplicar a lei é um excesso de zelo, para que conste em memória futura.
A ASAE apenas aplicou as leis. As leis é que porventura, estariam erradas. As leis que são elaboradas pelos representantes do povo, eleitos democraticamente, pelo zé povinho.
É como, berrar contra José Sócrates, ou num futuro próximo, contra Passos Coelho, aliás podem berrar até as goelas suportarem e "dessas lutas" tiraram polaroides incrustados no facebook. Na essência, de uma forma respeitosa, vale o que vale... Até os cabelos podem arrancar, que ninguém lhes vai ligar.

Há que focar as energias para a realidade e não as derramar para as questões laterais.
No topo da cadeia alimentar também se luta ferozmente. Em 2007/2008 assistimos aqui em Portugal a uma luta fraticida pelo o poder do maior banco privado português, o BCP. Opus Dei e Maçonaria, sucursais locais de um jogo maior, apesar do que passou para a maralha foi o Joe Berardo com dossiers entre as pernas, este último um joguete, homem do povo, que subiu a pulso na vida, imagem que qualquer descamisado compra.
No topo luta-se, há séculos que é assim, mas têm poder porque existem massas que os alimentam, sem elas não seriam nada. Por exemplo os maçónicos, não seriam mais do pessoas a precisar de tratamento hospitalar, rituais de sangue e afins, convenhamos... não vão ao médico, que não é preciso!
Parecem cães com o nariz molhado!

Votem nos mesmos e depois queixem-se, outra e outra vez ...! Descontando todos os 007's que trabalham para a moenga... D'um lovely day!



Bill Withers - Lovely day

Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução !

sexta-feira, 11 de março de 2011

Hit the Road Jack


Por mezinhas e no tempo que decorreu, por ter decorrido, o que à partida era presente, é o agora passado, enquanto se vai agarrando o futuro.
Futuro esse, que faz as mentes sonharem, com mentiras e verdades induzidas, pequenos grandes faz-de-contas, apresenta-se por força, dos homens que andam por aí, sombrio, nebuloso e incerto.
Um dia será passado e outros futuros se sonharão...

Por isso, põe-te a pau! Faz-te à estrada!

O futuro que afinal, não vem num ápice, é quase sempre construído a objectivar fins, contendo os percalços.
Em cada época, parece, que vem aí o fim do mundo. Tal como agora parece... mas, de facto, o mundo muda todos os dias, porventura, num outro âmbito, talvez não haja, nem dias, nem noites, mas sim, pura existência. Estar, existir e interagir, com os elementos, conforme os normativos procedimentais dos momentos que permitem a sobrevivência a algo em determinados períodos de tempo, mesmo que seja relativo.
É um jogo trágico-cómico quase arbitrário...

Ó meu, faz-te à estrada!

quarta-feira, 9 de março de 2011

A Tea Ballad


Enquanto pululamos por aí com os nossos fatos de carne e ossos, à medida que o tempo vai passando por nós, vamos perdendo e afastando-nos da linha que cada um se propõe a realizar na vida para qual foi atirado. Por sua própria escolha ou não...
Enquanto rodopia-mo-nos em nós próprios num frenesim e inconscientemente vamos envenenando os nossos espíritos com o auto-descontrole do ego, a descrença, a maldade, a inveja, a malvadez, a ingénua arrogância, a falta de humildade e o enorme fazer-de-conta que os outros é que são os mau da fita e EU é que tenho razão. Só que a razão da lógica, normalmente, é diferente do EU.

Enquanto as pessoas se esgatanham para conquistar a ideia do "vencer", em boa verdade e de facto, vieram na prática, para evoluir mais um pouco.
Acredite, se quiser, na seguinte frase - Desta vida, não vai levar nada de material, nem o seu corpo físico.
Apenas levará, unidades conscienciais, ou seja, conhecimento, experiências vividas, recordações, memórias e sentimentos.
Para quem tem pressa de fazer algo ou para quem não tem tempo de pensar as coisas no aqui e agora, acredite, terá muito tempo para reflectir na vida que viveu, outro tanto tempo terá para pensar e planear a próxima.
Andamos nisto há muito. Não é novidade para ninguém, é fazer uma forcinha para relembrar.
Todos nós, andamos nisto, repetidamente vezes sem conta.

Em nós habita a luz, como ao mesmo tempo, podemos caminhar nas trevas, usando uma linguagem mais perceptível ao senso comum.
Não existem seres superiores, nem religiões sacras ou ideias de qualquer tipo de espécie que se possam afigurar como a verdade inevitável, pois tudo é passível de evolução, independentemente de se estagnarem por períodos de tempo, mas inevitável, é a evolução.

Mesmo que se sinta perdido, não tem que absorver em geral, uma determinada matriz, organizada para lhe retirar o seu pleno direito de ser livre.
Existem, de factos seres com mais conhecimento do que outros, mas palmilharam os mesmos caminhos que todos nós percorremos, normalmente, estes são os mais respeitam os variados estados evolutivos.

Nessa perspectiva, a maior parte das pessoas, não conseguem ouvir mais de 1 a 2 minutos da música do vídeo abaixo, pelo amarramento da azáfama de suas vidas aceleradas, onde correm, correm e muitas das vezes sem sentido.
O fio da existência, é simples, naturalmente, os seres a tornam complexa e dessa complexidade não se conseguem libertar, ficando presos nos seus circuitos internos de pensamento, levando séculos e séculos de existências cíclicas, corrigindo erro a erro, karma a karma, subindo degrau a degrau...
A caminhada é longa e pelo que se saiba, não tem fim.

sábado, 5 de março de 2011

Se caíres, levanta-te !


Se caíres levanta-te, é uma mensagem força antiga, principalmente nos circuitos religiosos. Mas é muito mais do que isso.

Nas vidas das pessoas, a vida às vezes, dá pancadas muito fortes, algumas quebram o carácter, outras o coração e na maior parte das vezes, a resignação, o deixar andar, catatónico e amorfo.
Cada um tem os seus problemas, e cada um pensa que são os maiores, porque são dele, e daí, cada um se sinta o maior injustiçado.
Também há quem nasça à partida com problemas e faça outros a ter também problemas. Mas as situações podem ser sempre relativas. O modo como se os encara é que faz toda a diferença.
Existe pobres felizes e ricos em profunda tristeza.
Existem pessoas com deficiências físicas soberbas e pessoas "perfeitas" em profunda depressão.
Tudo é relativo, a grande diferença, é o modo como se encara a vida.
Não importa a quantidade de vezes que se cai, mas sim, a quantidade de vezes que se tenta levantar.
O caminho aparentemente mais fácil é o do lamento, mas o que se acaba por revelar o mais longo, pois se a pessoa não se "resolver" nesta, "resolverá-se" nas duas, três ou quinhentas próximas vidas. Pode adiar, mas não consegue fugir das leis kármicas, que equilibram o deve e haver do universo.
A realidade real, é que cada um se resolva per si, esperar por uma mão amiga, uma entidade transcendental xpto que saiba todas as coisas, é auto-engano, por muito que custe.

Nick Vujicic é um exemplo dessa força universal que todos nós carregamos, a força de ser, em paz e harmonia, sabendo que os conflitos inter-pessoais permanecem, mas sabendo a forma como lidar com eles. Nasceu com uma raríssima doença, Tetra-amelia, nasceu sem braços e sem pernas. Venceu os seus conflitos e hoje é um dos maiores palestrantes motivacionais em conferências por todo o mundo.

Se caíres, levanta-te!