segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Pânico do Poder

O pânico do poder distingue-se do ataque de pânico ou de um período distinto de intenso temor. Sendo que os dois últimos não ultrapassam picos de 10 minutos e o primeiro, a sensação é constante, por isso, mais patológico e de consequências mais gravosas, por ao contrário, dos ataques de pânico e períodos curtos de temor, o pânico do poder, afecta não só o sujeito alvo, mas sim, terceiros.
Os efeitos somáticos e cognitivos daí resultantes e estudados pela psicologia moderna, são 13: palpitações ou ritmo cardíaco acelerado; sudorese; tremores ou abalos; sensação de falta de ar ou sufocamento; sensação de asfixia; náusea ou desconforto abdominal; sensação de tontura, instabilidade, vertigem e desmaio; sensações de irrealidade ou de despersonalização, medo de perder o controlo ou enlouquecer, medo de morrer, parestesias e calafrios ou ondas de calor.

Durante os ataques ou na vivência permanente do pânico, o indivíduo sente-se estranho ou irreal, interroga-se, várias vezes e por vezes de forma alucinante e repetitiva:
- "E se perco o controle?"
- "E se enlouqueço?"
- "E se tenho um ataque do coração ou morro?"
- "E se tenho isto em público e sofro uma humilhação?"

De referir, que o pânico, é uma das ferramentas de sobrevivência, desenvolvidas pela espécie animal para servir de alarme e se acautelar do perigo.
Todos já experimentaram a sensação de pânico.

No pânico permanente, existem vários, afloremos o pânico do poder com as suas várias fases.
Normalmente começa pela ânsia do poder, fomentando no sujeito os níveis de ansiedade.
Se com sucesso na conquista, e passada a fase da euforia, entra na obsessão de o manter, ultrapassando assim a linha da ansiedade, começando a ter laivos de patologia.
Desconfiando perder o controlo das situações, que se vão, normalmente multiplicando a velocidades alarmantes, cria centros de informações, afectando recursos para pesquisar e processar toda e qualquer informação, a si, referente. Elabora estratégias para silenciar quem se lhe opõe, usando os meios de que dispõe. Os meios que outrora lhe foram confiados por um povo que na figura depositou as suas esperanças. Ingenuamente, pode-se dizer. Pois a maioria ainda acredita no Pai Natal, em sua forma mental-metafórica.
Aqui o líder político, entra noutro estádio. A desconfiança.
Desconfia de tudo e todos. Começa a ver nos seus mais próximos, os candidatos à sucessão. No marketing, só ele aparece. Os vices e lacaios, desaparecem dos cartazes e dos holofotes. O líder agora é a figura central, o resto são sombras.
Perde a noção da realidade.
Abomina os possíveis candidatos e nesta fase entra na insanidade completa. Aqui é a fase perigosa. O estrebuchar, porque, as consequências são aleatórias e imprevisíveis.
Normalmente, é o fim.

Os ciclos mudam, no aspecto temporal e no modo de silenciamento. Hoje, desenvolvida a área da comunicação, apenas faz com que os ciclos sejam mais rápidos.
Para as agremiações do verdadeiro poder, descarta-se facilmente um suposto líder visível, descansados através de listas enormes de candidatos vorazes, loquazes e capazes de habilidades do arco-da-velha.
Só têm que vender a alma às várias confluências de interesses que governam temporáriamente o planeta e seguir o plano. Induzir na Humanidade, a mentalidade do dinheiro e do status.
Escravizar sub-liminarmente.
Falta ainda aqui toda a complexa envolvência espiritual...

Assim a Humanidade vai se esquecendo de suas essências fundamentais...



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

3 comentários:

mugabe disse...

Boa Zorze

Abraço!

Diogo disse...

Temos, urgentemente, de criar mecanismos para evitar que mais nenhum desgraçado sofra de tal coisa.

Abraço

casadegentedoida disse...

o pânico hoje todos temos, uns duma maneira outros de outras maneiras.
Quem chega lá no alto tem receio de descer ou que o façam descer. Se for empurrado ainda é pior.
Como dizia o nosso amigo das garraiadas: "Quem com ferro fere, com um par de cornos será ferido".
Abraços.